Economia

Empresários estão pouco motivados para investir, diz CNI

Queda é bem mais intensa se o resultado é comparado a janeiro do ano passado, quando o índice atingiu a marca de 61,5 pontos


	Pesquisa da CNI: empresas de maior porte são as que manifestaram mais interesse em fazer investimentos
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Pesquisa da CNI: empresas de maior porte são as que manifestaram mais interesse em fazer investimentos (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2015 às 13h55.

Brasília - O empresariado brasileiro está menos motivado a fazer investimentos, como revela um novo indicador usado na Sondagem Industrial, pesquisa divulgada hoje (27) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), cujo índice de intenção de investimento registrou 52 pontos em janeiro, ante aos 52,4 pontos obtidos em dezembro de 2014.

A queda é bem mais intensa se o resultado é comparado a janeiro do ano passado, quando o índice atingiu a marca de 61,5 pontos.

Esses indicadores variam entre zero e 100 pontos. Quanto maior o valor do índice, maior é a propensão do empresário em fazer investimentos.

As empresas de maior porte são as que manifestaram mais interesse em fazer investimentos, obtendo, nessa escala, 59,9 pontos.

As de médio porte registraram 46,7 pontos enquanto as de pequeno porte registraram 42 pontos.

No recorte por setor, os que demonstraram maior interesse em fazer investimentos são os setores farmacêutico (75,8 pontos), o de limpeza e perfumaria (65,3), e o de químicos (55,6).

Já os mais pessimistas, em termos de investimentos, são os de couros e artefatos (35,8), de impressão e reprodução (36,6), borracha (39), e de móveis (39,4).

A Sondagem Industrial feita pela CNI apontou queda no índice de evolução da produção em dezembro (38,3 pontos), em relação aos 40,2 pontos registrados em dezembro de 2013.

Já o índice relativo ao número de empregados ficou em 44,2 pontos em dezembro de 2014, abaixo, portanto, dos 46,4 pontos registrados em dezembro de 2013.

Nesse caso, indicadores abaixo de 50 pontos – em escala que varia de zero a 100 – caracterizam situação de queda.

Os dados da sondagem revelam ainda que a utilização média da capacidade instalada ficou em 68% – menor percentual para o mês, desde 2011.

"Em dezembro de 2013 e de 2014, o percentual estava em 70%", informou o especialista em políticas e indústria da CNI, Marcelo Souza Azevedo.

Apesar disso, o indicador ficou em 50,5 pontos em 2014 – ligeiramente acima, portanto, da média, indicando que o ajuste de estoques ficou próximo do nível planejado.

A sondagem mostra ainda que as condições financeiras das empresas pioraram no último trimestre de 2014, conforme indicam o índice sobre a situação financeira (46 pontos) e o índice sobre satisfação com o lucro operacional (40,6 pontos), influenciados pela alta do preço das matérias-primas.

A facilidade de acesso ao crédito também apresentou índice baixo: 36,8 pontos. O cenário constatado pela CNI a partir desses índices é de “insatisfação”.

A carga tributária é apontada por 59,7% dos entrevistados como o principal problema enfrentado pelo setor empresarial no último trimestre de 2014, seguido da falta de demanda (38,5%).

A sondagem da CNI foi feita entre os dias 5 e 15 de janeiro com 2.186 empresas. Destas, 874 são de pequeno porte.

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