Economia

PCE: índice de inflação nos EUA vai a 2,7% em março

Indicador de preços de consumo pessoal é usado pelo Fed para definir taxa de juros do país

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 26 de abril de 2024 às 09h40.

Última atualização em 26 de abril de 2024 às 11h25.

O PCE (índice de preço de consumo pessoal), um dos principais indicadores de inflação dos Estados Unidos, ficou em 2,7% em março, em relação ao mesmo mês de 2023, informou o BEA (Departamento de Análises Econômicas) do país nesta sexta, 26.

No chamado núcleo do PCE, que exclui gastos com comida e energia, o índice foi de 2,8%, mesmo número de fevereiro. A alta de preços foi puxada principalmente pelo encarecimento dos serviços.

Em fevereiro, a taxa anualizada havia sido de 2,5%. O indicador vem oscilando nesta faixa desde novembro, quando também estava em 2,7%.

Na comparação com o mês anterior, houve estabilidade: o índice subiu 0,3% em março ante fevereiro. Há um mês, o patamar era similar. No indicador que exclui gastos com comida e energia, o valor também foi de 0,3%.

O mercado fica de olho neste índice por ele ser um dos principais termômetros do Federal Reserve (Fed, banco central americano) para medir a inflação do  — que, enquanto não atingir a meta de 2%, sustentará a taxa de juro em patamares elevados.

Na quinta, 24, foram divulgados dados do PIB: no primeiro trimestre, a economia americana cresceu 1,6%, uma desaceleração frente às expectativas do mercado. Apesar do freio no consumo, a inflação se manteve estável, o que gera preocupações em analistas.

Os consumidores continuam dispostos a gastar embora sejam mais cautelosos face aos preços elevados, disse o economista-chefe da EY, Gregory Daco, à AFP. "Olhando para o futuro, vemos a economia arrefecer suavemente à medida que a moderação da demanda de mão de obra e dos aumentos salariais, a inflação persistente e as condições de crédito restritivas limitam a atividade do setor privado", afirmou.

"A leitura do PCE deve apenas confirmar a recalibragem das expectativas que ocorreram em abril e agora apostam que o início do ciclo de cortes de juros só irá acontecer no final do ano e provavelmente será mais tímido (com a redução de 0,5 ou 0,25 ponto porcentual)," aponta Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad. "Apesar dos números virem um pouco acima das expectativas, não houve reação visível nos mercados após a divulgação."

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