Economia

Parlamento grego aprova novo pacote de reformas

O governo pactuou o pacote com as instituições credoras em troca do desembolso de uma nova parcela do resgate financeiro no valor de 6,5 bilhões de euros

Grécia: a lei foi aprovada com os votos da coalizão governamental (Costas Baltas/Reuters)

Grécia: a lei foi aprovada com os votos da coalizão governamental (Costas Baltas/Reuters)

E

EFE

Publicado em 15 de janeiro de 2018 às 17h52.

Atenas - O parlamento da Grécia aprovou nesta segunda-feira um novo pacote de reformas que o governo pactuou com as instituições credoras em troca do desembolso de uma nova parcela do resgate financeiro no valor de 6,5 bilhões de euros.

A lei, que compreende 400 artigos e mais de 1.500 páginas, foi aprovada com os votos da coalizão governamental, enquanto os partidos da oposição votaram contra.

O primeiro-ministro, o esquerdista Alexis Tsipras, focou seu discurso na necessidade de olhar para o período pós-resgate e na "recuperação da sociedade das feridas da crise".

Tsipras defendeu o endurecimento das condições para a convocação de greves em nível local, uma medida que, além de fortes protestos por parte dos sindicatos, causou atritos entre os deputados do partido governamental Syriza.

No entanto, lembrou que a modificação das disposições para as greves afeta exclusivamente às associações sindicais em nível local e unicamente ao quórum necessário para convocar uma assembleia prévia a uma greve, e não à votação em si.

A partir de agora, as assembleias deverão contar nas representações sindicais locais com uma participação mínima de 50% dos filiados (até agora era 20%), enquanto que a greve poderá continuar sendo convocada com o apoio de uma maioria simples dos delegados sindicais.

Tsipras qualificou como "mentira" que com isso se pretenda abolir o direito à greve, como denunciaram os sindicatos.

A oposição criticou ainda a introdução de um sistema eletrônico para as execuções hipotecárias, uma medida que, em sua opinião, não protege suficientemente a primeira moradia.

Outro dos pilares deste pacote de reformas é a ampliação das ajudas económicas por filho.

Até agora os subsídios eram concedidos apenas às famílias com mais de três filhos, independentemente da sua renda. A nova lei estabelece ajudas a partir do primeiro filho, mas em função da receita da família.

Ainda que se amplie o espectro de beneficiários, a oposição criticou esta medida porque reduz os subsídios das famílias numerosas.

Enquanto se debatia a lei, milhares de pessoas protestavam em frente ao parlamento, em uma manifestação convocada pelos sindicatos, na qual houve confrontos isolados entre grupos contra o sistema e a polícia.

Acompanhe tudo sobre:Crise gregaDívidas de paísesGréciareformas

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor