Se houver um ponto de saciedade, a partir do qual mais renda não signifique mais bem estar, esse ponto ainda não foi alcançado, segundo os pesquisadores (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.
São Paulo – Um estudo dos pesquisadores Betsey Stevenson e Justin Wolfers publicado em abril mostra que dinheiro e bem-estar teriam, sim, uma relação direta – e não haveria um patamar a partir do qual essa relação cessaria.
A conclusão dos pesquisadores da Universidade de Michigan foi que a relação entre o bem-estar e a renda não diminui com o aumento da renda e, se houver um ponto de saciedade, a partir do qual mais renda não signifique mais bem estar, esse ponto ainda não foi alcançado. Stevenson e Wolfers fizeram comparações entre países ricos e pobres e pessoas ricas e pobres independentemente do país.
O resultado vai contra a ideia de muitos estudiosos de que, uma vez que as necessidades básicas forem atingidas, o aumento da renda não está mais associado ao aumento do bem-estar. Essa é a ideia do Paradoxo de Easterlin, resultado de uma pesquisa apresentada pelo economista Richard Easterlin em 1974. A pesquisa indica justamente que, a partir de um certo ponto, o aumento da renda não eleva o bem-estar.
Easterlin falou sobre a pesquisa de Stevenson e Wolfers ao Market Watch. Para ele, ao comparar as pessoas em um ponto no tempo, aquelas com renda mais alta são geralmente mais felizes, mas não se pode generalizar a partir daquele momento para a relação ao longo do tempo.
Pesquisas
Outra pesquisa foi abalada em abril – mas de forma bem mais dura. Pesquisadores da Universidade de Massachussets encontraram erros no estudo "Crescimento em uma época de endividamento", dos economistas Carmen Reinhart e Kenneth Rogoff. O estudo trata dos efeitos negativos do endividamento no crescimento dos países e foi muito citado durante a Grande Depressão.
O economista Paul Krugman, colunista do New York Times, foi um dos que repercutiu o ocorrido. “Muitos de nós nunca acreditamos nisso (...). Mas mesmo eu nunca havia sonhado que grande parte dos supostos resultados refletiam nada mais do que matemática ruim”, escreveu.