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Os robôs vão acabar com os empregos? Experts estão divididos

Pesquisa perguntou para especialistas se a tecnologia vai matar mais empregos do que criar - e descobriu que eles estão igualmente divididos sobre a questão

EXAME.com (EXAME.com)

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João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 7 de agosto de 2014 às 12h46.

São Paulo - A inteligência artificial e os robôs vão destruir mais empregos do que criar até 2025?

Em uma pesquisa com 1.896 experts em tecnologia, 48% disseram que sim - e que isso levará a aumento da desigualdade, desemprego em massa e distúrbios sociais.

"Os empregos que sobrarem serão de pior remuneração e menos seguros do que os existentes agora. O "meio" está se movendo para o fundo", diz Justin Reich, do Berkman Center da Universidade de Harvard.

52% acham que não. Seu argumento é que por mais que alguns empregos sejam substituídos, outros diferentes serão criados, assim como aconteceu em outros períodos.

"Historicamente, a tecnologia criou mais empregos do que destruiu e não há razão para pensar de outra forma nesse caso. Alguém precisa fazer e servir a todos estes dispositivos", diz Vint Cerf, vice-presidente e "evangelista-chefe" do Google.

O levantamento foi feito pelo centro de pesquisa independente americano Pew Research Center como parte das comemorações de 25 anos da internet.

Um estudo da Universidade de Oxford prevê que praticamente metade dos empregos nos Estados Unidos e na União Europeia podem se tornar obsoletos no espaço de 10 a 20 anos.

Futuro

Em uma coisa, todos concordam: a robótica e a inteligência artificial devem ocupar um espaço cada vez maior na vida cotidiana até 2025 e isso vai mexer profundamente com segmentos como saúde, transporte e atendimento ao consumidor.

Escritor de ciência do New York Times, John Markoff acredita que "na próxima década, a era da computação onipresente vai entrar em pleno vigor. Os computadores vão 'desaparecer' e objetos ordinários se tornarão 'mágicos'"

Também há um consenso de que o próprio conceito de "trabalho" será radicalmente modificado, e que nossas instituições públicas - e principalmente nossa educação - não estão preparadas para esse futuro.

"O que deveríamos ensinar às pessoas quando elas podem acessar a totalidade do conhecimento humano o tempo todo?", se pergunta Hal Varian, economista-chefe do Google.

Alguns experts lembram que fatores políticos e sociológicos podem interferir no ritmo de eliminação de empregos, enquanto outros acreditam que a adoção de novas tecnologias não vai acontecer em um ritmo tão acelerado assim.

O debate sobre o impacto da tecnologia na economia esquentou recentemente com a publicação de livros que afirmam que estamos à beira de uma nova revolução industrial e que uma nova sociedade de custo marginal zero trará o fim do capitalismo.

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