Os comentários sobre o corte da nota soberana do Brasil
A agência de classificação de riscos Standard & Poor's retirou o selo de bom pagador do Brasil hoje
Da Redação
Publicado em 9 de setembro de 2015 às 22h14.
São Paulo - A agência de classificação de riscos Standard & Poor's retirou o selo de bom pagador do Brasil nesta quarta-feira, ao cortar o rating do país para "BB+" ante "BBB-", após o governo brasileiro mudar o cenário fiscal para 2016, com uma projeção de déficit primário.
Além de retirar do Brasil o grau de investimento, a S&P sinalizou que pode colocar o Brasil ainda mais para dentro do território especulativo ao manter a perspectiva negativa para a nota brasileira.
Veja abaixo comentários sobre o rebaixamento do crédito soberano do país:
José Francisco Gonçalves, economista-chefe, Banco Fator
"Mesmo que tal decisão já estivesse na conta, o mercado deve reagir mal. Todo todo mundo vai olhar com dúvidas sobre o efeito na parte fiscal, se o governo irá se sentir mais pressionado a fazer alguma coisa, a precipitar alguma medida." "O mercado pode olhar (a decisão da S&P) como pressão para cortar despesa, mas também algo que apresse no que diz respeito a arrumar impostos. A avaliação deve ser ambígua. Mas certamente dá força ao Congresso Nacional nas discussões."
Roberto Padovani, economista-chefe, Votorantim Corretora
"Após o governo ter enviado ao Congresso previsão orçamentária com déficit, (o rebaixamento) era apenas uma questão de tempo. A crise política levou à descoordenação na área econômica." "Mercados vão obrigatoriamente ter uma reação forte. Vai demorar para o país recuperar a condição de grau de investimento. Entramos numa espiral complicada que não sabemos quando acaba."
Paulo Petrassi, sócio-gestor, Leme Investimentos
"O fato principal foi o Orçamento negativo, foi a gota d’água. O Brasil vai ter que aprender a lição: não é só ter alguém como o Levy se ele está rodeado de pessoas que não pensam igual a ele." "Muita gente diz que o downgrade já está no preço, mas tem aplicação que necessita do investment grade para permanecer no país e essas vão fugir. O reflexo nos mercados amanhã vai ser terrível, e a curva (de juros futuros) deve empinar." "O primeiro passo é o BC não ficar atrás do mercado: ele precisa voltar um pouco atrás e deixar mais aberta a possibilidade de mais altas (da Selic), porque se o dólar for a 4 reais, ele vai precisar dar mais altas." "O problema é que subir juros com o fiscal como está é enxugar gelo: ele precisa do respaldo fiscal. E é cortar gastos, não subir impostos."
Alexandre Schwartsman, sócio da Schwartsman & Associados
"Não tenho a menor dúvida que o motivo foi a questão fiscal. O governo já tinha reduzido a trajetória para superávit primário e depois veio com uma projeção de déficit. "Talvez não tenha grandes reações do mercado porque já era muito esperado, já estava precificado."
Dep. Mendonça Filho (DEM/PE)
"É resultado da tragédia econômica, da irresponsabilidade praticada pela administracao do PT."
Sen. Aloysio Nyunes (PSDB-SP)
"É muito ruim. É uma consequência, já prevista, da irresponsabilidade com a qual a presidente Dilma conduziu seu primeiro mandato."
São Paulo - A agência de classificação de riscos Standard & Poor's retirou o selo de bom pagador do Brasil nesta quarta-feira, ao cortar o rating do país para "BB+" ante "BBB-", após o governo brasileiro mudar o cenário fiscal para 2016, com uma projeção de déficit primário.
Além de retirar do Brasil o grau de investimento, a S&P sinalizou que pode colocar o Brasil ainda mais para dentro do território especulativo ao manter a perspectiva negativa para a nota brasileira.
Veja abaixo comentários sobre o rebaixamento do crédito soberano do país:
José Francisco Gonçalves, economista-chefe, Banco Fator
"Mesmo que tal decisão já estivesse na conta, o mercado deve reagir mal. Todo todo mundo vai olhar com dúvidas sobre o efeito na parte fiscal, se o governo irá se sentir mais pressionado a fazer alguma coisa, a precipitar alguma medida." "O mercado pode olhar (a decisão da S&P) como pressão para cortar despesa, mas também algo que apresse no que diz respeito a arrumar impostos. A avaliação deve ser ambígua. Mas certamente dá força ao Congresso Nacional nas discussões."
Roberto Padovani, economista-chefe, Votorantim Corretora
"Após o governo ter enviado ao Congresso previsão orçamentária com déficit, (o rebaixamento) era apenas uma questão de tempo. A crise política levou à descoordenação na área econômica." "Mercados vão obrigatoriamente ter uma reação forte. Vai demorar para o país recuperar a condição de grau de investimento. Entramos numa espiral complicada que não sabemos quando acaba."
Paulo Petrassi, sócio-gestor, Leme Investimentos
"O fato principal foi o Orçamento negativo, foi a gota d’água. O Brasil vai ter que aprender a lição: não é só ter alguém como o Levy se ele está rodeado de pessoas que não pensam igual a ele." "Muita gente diz que o downgrade já está no preço, mas tem aplicação que necessita do investment grade para permanecer no país e essas vão fugir. O reflexo nos mercados amanhã vai ser terrível, e a curva (de juros futuros) deve empinar." "O primeiro passo é o BC não ficar atrás do mercado: ele precisa voltar um pouco atrás e deixar mais aberta a possibilidade de mais altas (da Selic), porque se o dólar for a 4 reais, ele vai precisar dar mais altas." "O problema é que subir juros com o fiscal como está é enxugar gelo: ele precisa do respaldo fiscal. E é cortar gastos, não subir impostos."
Alexandre Schwartsman, sócio da Schwartsman & Associados
"Não tenho a menor dúvida que o motivo foi a questão fiscal. O governo já tinha reduzido a trajetória para superávit primário e depois veio com uma projeção de déficit. "Talvez não tenha grandes reações do mercado porque já era muito esperado, já estava precificado."
Dep. Mendonça Filho (DEM/PE)
"É resultado da tragédia econômica, da irresponsabilidade praticada pela administracao do PT."
Sen. Aloysio Nyunes (PSDB-SP)
"É muito ruim. É uma consequência, já prevista, da irresponsabilidade com a qual a presidente Dilma conduziu seu primeiro mandato."