Para Opep, ainda é cedo para discutir entrada do Brasil
Para o governador da Opep, País se tornará apto a participar da organização assim que se tornar um grande exportador de petróleo
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.
Rio de Janeiro - O governador da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para a Arábia Saudita, Majid Moneef, disse hoje que o Brasil seria bem-vindo à organização, mas que ainda é cedo para discutir uma possível entrada do País no grupo, que reúne alguns dos maiores produtores mundiais. "Uma das premissas para ser membro da Opep é ser um grande exportador de petróleo. O Brasil será um dia, mas ainda não é", afirmou Moneef, em entrevista após palestra no IAEE`s Rio 2010 International Conference.
A afirmação foi motivada por uma brincadeira durante o evento, no qual o analista sênior do Fundo para o Desenvolvimento Internacional da Opep, Rachid Bencherif, disse que a organização estava aberta para novos associados. "Por que não o Brasil?", provocou. Na prática, o País já participou de reuniões do cartel como ouvinte, mas ainda não se posicionou sobre uma possível filiação.
Moneef disse que não houve um convite formal, mas que "assim que o Brasil se tornar um grande exportador, ele estará apto (a participar)". O executivo lembrou, no entanto, que há obrigações para os sócios da Opep, como a obediência a um sistema de cotas de produção. A atuação da organização foi debatida durante palestra, na qual Bencherif tentou rechaçar a tese de que o grupo tem práticas de cartel.
Os palestrantes, que incluíam o vice-presidente de estratégia internacional da Statoil, Ivan Sandrea, afirmaram não acreditar que os biocombustíveis ocupem lugar de destaque no cenário energético a curto ou a médio prazo. Para Moneef, eles representarão apenas de 6% a 7% da oferta mundial de energia em 20 anos.