OMC se preocupa com número de idosos e crianças
''Em questão de anos'' haverá mais idosos de 60 anos que crianças com menos de 5, segundo um relatório da OMS divulgado nesta terça-feira
Da Redação
Publicado em 3 de abril de 2012 às 20h47.
Genebra - Em 2050 haverá cerca de 400 milhões de idosos com mais de 80 anos, frente aos 14 milhões que havia em meados do século XX, um dado que preocupa a Organização Mundial da Saúde ( OMS ).
O envelhecimento da população está acontecendo em todos os países, embora cada um esteja em uma fase diferente desta transição, e o resultado é que ''em questão de anos'' haverá mais idosos de 60 anos que crianças com menos de 5, segundo um relatório da OMS divulgado nesta terça-feira.
Com estes dados, a Organização Mundial da Saúde adverte para o desafio de um fenômeno ao qual é dedicada neste ano a comemoração do Dia Mundial da Saúde (7 de abril), com o lema ''Uma boa saúde acrescenta vida aos anos''.
O desafio é uma consequência do fato de países pobres e em desenvolvimento terem se juntado no envelhecimento populacional a Europa, Japão e América do Norte, onde este fenômeno acontece há vários anos.
Os países com menor receita são ''os que estão experimentando a grande mudança'', segundo o relatório da OMS, que prevê que em 2050 80% dos idosos viverão nessas economias. Além disso, Chile, China e Irã terão uma maior proporção de idosos que os Estados Unidos, ainda de acordo com o estudo.
O novo fator para a OMS é que uma transição que em países como a França e Suécia se prolongou durante décadas ''está ocorrendo de maneira muito rápida'' nos países pobres e emergentes.
Na França, passaram-se mais de 100 anos para que a porcentagem de idosos de 65 anos aumentasse de 7% para 14%, enquanto em sociedades como as de Brasil, China e Tailândia esse mesmo caminho demográfico foi percorrido em apenas 20 anos.
Apesar do envelhecimento da população poder ser interpretado como uma consequência direta do desenvolvimento socioeconômico, a OMS alerta sobre os problemas de adaptação dos sistemas sociais e de saúde para este ''envelhecimento expresso''.
A OMS aposta neste contexto em se concentrar nas estratégias de redução das doenças não transmissíveis (cardíacas, câncer, diabetes e pulmonares crônicas). Ou seja, o risco de problemas crônicos de saúde nos idosos será reduzido drasticamente se desde a infância for imposta uma fórmula do exercícios físico, dieta saudável e a limitação do consumo de álcool e tabaco.
A organização também identificou uma série de ''intervenções baratas'' para combater as doenças não transmissíveis, medidas que apontou como especialmente convenientes para as economias com menos recursos.
Trata-se de ''estratégias preventivas'' como o aumento da carga tributária do tabaco e do álcool, a proibição de fumar em espaços públicos, a redução do consumo de sal e uma maior conscientização sobre os exercícios físicos e as dietas saudáveis.
Segundo a diretora geral da OMS, Margaret Chan, ''as pessoas com idade avançada dos países de baixas e médias economias têm hoje um risco quatro vezes maior de morte e incapacidade por doenças não transmissíveis do que as populações dos países ricos''.
A leitura potencialmente positiva, acrescentou Chan, é que ''a maioria destas doenças pode ser prevenida em grande medida ou não se tornar cara demais no tratamento''.
Por exemplo, explica a OMS, a detecção e a prevenção da hipertensão, fator de risco chave para a descoberta de problemas cardíacos, pode ser abordada de uma forma barata e eficaz, mas atualmente menos de 15% das pessoas de idade avançada nos países pobres e em desenvolvimento se submetem a um acompanhamento médico.
O objetivo da OMS com esta campanha é também ''reinventar o envelhecimento'', mudar as atitudes e percepções sociais para que a sociedade respeite melhor os idosos. Segundo esta organização vinculada à ONU, a saúde precária não é a única preocupação das pessoas à medida em que envelhecem - há ainda os estereótipos em razão da idade, o que evita uma plena participação social.
''Quando um homem de 100 anos termina uma maratona, como ocorreu no ano passado, temos que reconsiderar as definições convencionais de que significa ser velho. Já não se sustentam os estereótipos de séculos passados'', disse Margaret Chan.
Genebra - Em 2050 haverá cerca de 400 milhões de idosos com mais de 80 anos, frente aos 14 milhões que havia em meados do século XX, um dado que preocupa a Organização Mundial da Saúde ( OMS ).
O envelhecimento da população está acontecendo em todos os países, embora cada um esteja em uma fase diferente desta transição, e o resultado é que ''em questão de anos'' haverá mais idosos de 60 anos que crianças com menos de 5, segundo um relatório da OMS divulgado nesta terça-feira.
Com estes dados, a Organização Mundial da Saúde adverte para o desafio de um fenômeno ao qual é dedicada neste ano a comemoração do Dia Mundial da Saúde (7 de abril), com o lema ''Uma boa saúde acrescenta vida aos anos''.
O desafio é uma consequência do fato de países pobres e em desenvolvimento terem se juntado no envelhecimento populacional a Europa, Japão e América do Norte, onde este fenômeno acontece há vários anos.
Os países com menor receita são ''os que estão experimentando a grande mudança'', segundo o relatório da OMS, que prevê que em 2050 80% dos idosos viverão nessas economias. Além disso, Chile, China e Irã terão uma maior proporção de idosos que os Estados Unidos, ainda de acordo com o estudo.
O novo fator para a OMS é que uma transição que em países como a França e Suécia se prolongou durante décadas ''está ocorrendo de maneira muito rápida'' nos países pobres e emergentes.
Na França, passaram-se mais de 100 anos para que a porcentagem de idosos de 65 anos aumentasse de 7% para 14%, enquanto em sociedades como as de Brasil, China e Tailândia esse mesmo caminho demográfico foi percorrido em apenas 20 anos.
Apesar do envelhecimento da população poder ser interpretado como uma consequência direta do desenvolvimento socioeconômico, a OMS alerta sobre os problemas de adaptação dos sistemas sociais e de saúde para este ''envelhecimento expresso''.
A OMS aposta neste contexto em se concentrar nas estratégias de redução das doenças não transmissíveis (cardíacas, câncer, diabetes e pulmonares crônicas). Ou seja, o risco de problemas crônicos de saúde nos idosos será reduzido drasticamente se desde a infância for imposta uma fórmula do exercícios físico, dieta saudável e a limitação do consumo de álcool e tabaco.
A organização também identificou uma série de ''intervenções baratas'' para combater as doenças não transmissíveis, medidas que apontou como especialmente convenientes para as economias com menos recursos.
Trata-se de ''estratégias preventivas'' como o aumento da carga tributária do tabaco e do álcool, a proibição de fumar em espaços públicos, a redução do consumo de sal e uma maior conscientização sobre os exercícios físicos e as dietas saudáveis.
Segundo a diretora geral da OMS, Margaret Chan, ''as pessoas com idade avançada dos países de baixas e médias economias têm hoje um risco quatro vezes maior de morte e incapacidade por doenças não transmissíveis do que as populações dos países ricos''.
A leitura potencialmente positiva, acrescentou Chan, é que ''a maioria destas doenças pode ser prevenida em grande medida ou não se tornar cara demais no tratamento''.
Por exemplo, explica a OMS, a detecção e a prevenção da hipertensão, fator de risco chave para a descoberta de problemas cardíacos, pode ser abordada de uma forma barata e eficaz, mas atualmente menos de 15% das pessoas de idade avançada nos países pobres e em desenvolvimento se submetem a um acompanhamento médico.
O objetivo da OMS com esta campanha é também ''reinventar o envelhecimento'', mudar as atitudes e percepções sociais para que a sociedade respeite melhor os idosos. Segundo esta organização vinculada à ONU, a saúde precária não é a única preocupação das pessoas à medida em que envelhecem - há ainda os estereótipos em razão da idade, o que evita uma plena participação social.
''Quando um homem de 100 anos termina uma maratona, como ocorreu no ano passado, temos que reconsiderar as definições convencionais de que significa ser velho. Já não se sustentam os estereótipos de séculos passados'', disse Margaret Chan.