Economia

OIT alerta sobre impacto da desaceleração em empregos

Organização Internacional do Trabalho alertou para que países do continente americano tomem medidas para atenuar impacto da desaceleração na geração de emprego


	Feira de empregos: desafio é reduzir a taxa de empregos informais, diz OIT
 (Justin Sullivan/AFP)

Feira de empregos: desafio é reduzir a taxa de empregos informais, diz OIT (Justin Sullivan/AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2014 às 09h06.

Lima - A Organização Internacional do Trabalho (OIT) iniciou nesta segunda-feira a 18ª Reunião Regional com um alerta para que os países do continente americano tomem medidas para atenuar o impacto da desaceleração econômica sobre os empregos.

O encontro, que reúne cerca de 400 delegados de 70 países, foi inaugurado pelo presidente do Peru, Ollanta Humala, e pelo diretor-geral da OIT, Guy Rider.

"Há agora uma franca desaceleração do crescimento na região que, sem dúvida, impactará nos mercados trabalhistas", destacou Ryder.

Por isso, ele orientou que os países "atuem de forma muito decidida" para enfrentar os problemas que serão gerados pela desaceleração econômica.

"A OIT promove decididamente um crescimento econômico com inclusão, igualdade e justiça social", defendeu o diretor-geral.

Em entrevista coletiva antes do início da reunião, Ryder afirmou que a América continua sendo o continente mais desigual do planeta.

O grande desafio dos países é reduzir a taxa de empregos informais na região, que continua sendo muito alta.

"Esse índice é de quase 47%. Foi reduzido, mas continua sendo elevado", afirmou o diretor, indicando que a formalização do trabalho na região tem que ser prioridade.

O representante destacou, no entanto, que foram registrados avanços em relação ao emprego, à luta contra a pobreza e na promoção dos direitos fundamentais dos trabalhadores, especialmente no combate ao trabalho infantil.

"Além da necessidade de fazer reformas estruturais, melhorar a produtividade e competitividade das economias, é importante entender que o diálogo entre governos, empresários e trabalhadores é uma ferramenta, e não um obstáculo", enfatizou.

Já Humala destacou a "responsabilidade ética" que os países têm em estabelecer as condições adequadas para o trabalho decente. Ele também disse acreditar que "o crescimento inclusivo requer a criação de emprego digno, de proteção social e de melhores salários" para os trabalhadores.

"Hoje, mais do que nunca, temos a necessidade de desenvolver junto a trabalhadores e empregadores uma alternativa para modificar a relação entre o Estado e a sociedade civil", enfatizou.

A OIT afirmou que a reunião é a mais importante sobre trabalho no continente. Serão avaliados avanços e mudanças sobre o assunto desde o último encontro, realizado em 2010 no Chile.

Também serão organizadas palestras especiais sobre "Desenvolvimento sustentável com trabalho decente, produtividade e inclusão social" e "Caminho à equidade: da informalidade à formalidade".

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