Economia

OCDE reduz previsão de crescimento global

Segundo a organização, o motivo da queda é a perda de fôlego dos países em desenvolvimento


	Sede da OCDE: a economia mundial deve crescer 3,4% neste ano e acelerar para 3,9% no próximo
 (Jacques Demarthon/AFP)

Sede da OCDE: a economia mundial deve crescer 3,4% neste ano e acelerar para 3,9% no próximo (Jacques Demarthon/AFP)

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Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2014 às 10h12.

Paris - Economias avançadas vão ter cada vez mais que conduzir a recuperação econômica global, uma vez que os países em desenvolvimento que cresciam de forma rápida anteriormente perdem fôlego, disse a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) nesta terça-feira, ao reduzir sua perspectiva para a expansão mundial.

A economia global deve crescer 3,4 por cento neste ano e acelerar a alta para 3,9 por cento no próximo, estimou a organização com base em Paris.

Em seu relatório Perspectiva Econômica, a OCDE reduziu sua estimativa para este ano em comparação aos 3,6 por cento da última vez em que avaliou o crescimento global, em novembro.

"Ainda não saímos da fase crítica, porque o que estamos vendo são números melhores, mas os riscos ainda existem", disse à televisão Reuters Insider o secretário-geral da OCDE, Angel Gurria.

"Crescimento baixo ainda existe, números muito altos de desemprego ainda existem." Além disso, economias emergentes como China e Rússia estão se tornando um peso sobre a economia global, embora não devam arruinar a recuperação que comandavam até recentemente, disse Gurria.

A OCDE estima que a economia dos Estados Unidos, a maior do mundo, crescerá 2,6 por cento neste ano, ante perspectiva de avanço de 2,9 por cento divulgada em novembro, depois que o clima desfavorável provocou danos no início do ano.

Já a expectativa para a zona do euro é de expansão de 1,2 por cento em 2014, melhor do que a perspectiva de crescimento de 1,0 por cento da OCDE em novembro.

CENÁRIO MISTO O cenário melhor coloca a zona do euro ao lado do Japão, cuja expectativa também é de crescimento de 1,2 por cento neste ano. Mas essa perspectiva foi reduzida ante 1,5 por cento anteriormente, após um aumento de imposto.

Fora dos 34 países da OCDE, a economia da China deve crescer 7,4 por cento neste ano, ante projeção anterior de 8,2 por cento, uma vez que o boom de construção esfria e as condições de empréstimo se apertam.

Entre os mercados emergentes mais fracos, a projeção para a economia da Rússia é de expansão de apenas 0,5 por cento. O país terá que lidar com a queda rápida da confiança e a volatilidade do mercado financeiro causada por seu impasse com o Ocidente devido à Ucrânia.

Para o Brasil, a OCDE reduziu a projeção de crescimento neste ano para 1,8 por cento, ante estimativa de 2,2 por cento em novembro.

RECOMENDAÇÕES A BANCOS CENTRAIS A OCDE pediu ao Banco Central Europeu (BCE) que adote medidas agora para conter a ameaça de deflação, o que afeta a confiança do consumidor e das empresas.

A organização pediu que o BCE corte sua principal taxa de juros para zero pelo menos até o fim de 2015 e recomendou que também leve sua taxa de depósito para território negativo.

E com a recuperação dos Estados Unidos mais forte, a OCDE recomendou que o Federal Reserve, banco central norte-americano, encerre suas compras de ativos neste ano e comece a elevar os juros no próximo.

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