Economia

OCDE espera que Panamá colabore para evitar a evasão fiscal

O problema da evasão fiscal ocupa um lugar central na agenda informativa após a filtragem dos "Panama Papers"


	Paraísos fiscais: o problema da evasão fiscal ocupa um lugar central na agenda informativa após a filtragem dos "Panama Papers", mais de 11 milhões de arquivos do escritório panamenho Mossack Fonseca
 (Rodrigo Arangua / AFP)

Paraísos fiscais: o problema da evasão fiscal ocupa um lugar central na agenda informativa após a filtragem dos "Panama Papers", mais de 11 milhões de arquivos do escritório panamenho Mossack Fonseca (Rodrigo Arangua / AFP)

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Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2016 às 09h23.

Tóquio - O secretário-geral da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), Ángel Gurría, espera que o governo do Panamá coopere para prevenir a evasão fiscal após a revelação do escândalo "Panama Papers".

Gurría revelou nesta segunda-feira durante uma entrevista coletiva em Tóquio, onde realiza uma visita oficial até quarta-feira, que o vice-presidente panamenha, Isabel Saint Mau, transmitiu na semana passada que seu governo "está disposto a cooperar plenamente com a OCDE".

Embora o país centro-americano não tenha se unido à iniciativa pela qual os países participantes intercambiam informação sobre contas financeiras, Gurría espera "que este muito infeliz fato desencadeie uma reação por parte do governo do Panamá para se unir ao resto do mundo neste exercício de transparência", indicou o mexicano em declarações recolhidas pela agência "Kyodo".

O problema da evasão fiscal ocupa um lugar central na agenda informativa após a filtragem dos "Panama Papers", mais de 11 milhões de arquivos do escritório panamenho Mossack Fonseca.

Em ditos documentos fica evidente que o escritório colaborou na criação de milhares de empresas para políticos, empresários e personalidades de todo o mundo, supostamente destinadas à ocultação de fundos e lavagem de dinheiro.

O secretário-geral da OCDE espera que o Panamá, ao qual qualificou na quinta-feira passada como "o último grande reduto que segue permitindo a ocultação de fundos em paraísos fiscais", se una finalmente aos "esforços internacionais".

O organismo com sede em Paris, que agrupa os 34 países mais desenvolvidos do planeta, deve organizar uma reunião especial na quarta-feira para abordar as possíveis vias de cooperação e troca de informação.

A filtragem ocorreu depois que a OCDE tomou a iniciativa de permitir a cerca de 100 países e regiões intercambiar informação sobre as contas financeiras de pessoas não-residentes com as autoridades fiscais do país de residência das titulares das contas a partir do próximo ano.

"Acredito que este fato nos ajudará a entender que o movimento para a transparência não vai acabar, que não há marcha ré", acrescentou Gurría.

O organismo está trabalhando também para impor normas fiscais internacionais mais estritas para evitar a evasão de impostos corporativos das grandes empresas multinacionais.

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