Logo da OCDE (Antoine Antoniol/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 26 de fevereiro de 2016 às 12h48.
Xangai - O Brasil enfrenta um período de recessão e os gargalos da economia estão cada vez mais expostos. Mesmo assim, o Brasil não tem seguido as sugestões da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para a retomada da atividade.
Das cinco grandes diretrizes sugeridas pela entidade para incentivar o crescimento econômico no Brasil, um relatório anual divulgado pelo órgão cita positivamente apenas uma iniciativa em curso no País: as concessões em infraestrutura.
"Após vários anos de crescimento modesto, o Brasil está enfrentando uma recessão que expõe uma série de gargalos estruturais que precisam ser abordados para restaurar o crescimento forte e sustentável", diz a entidade no trecho dedicado ao Brasil do documento.
A Caminho do Crescimento 2016 que será entregue às equipes econômicas das 20 maiores potências do mundo (G-20). O grupo inicia no sábado, 27, em Xangai, na China, encontro de ministros da Fazenda e presidentes de bancos centrais.
Segundo a OCDE, os problemas mais importantes do Brasil "incluem severa escassez em infraestrutura pública, baixo aproveitamento escolar, sistema tributário complexo e fragmentado, baixa integração no comércio internacional e um sistema financeiro subdesenvolvido".
Diante desse diagnóstico antigo, a OCDE já sugeriu em anos anteriores algumas medidas.
Entre as diretrizes sugeridas, estão aumento do investimento privado e público em infraestrutura, redução das barreiras comerciais, melhora e equalização da educação, redução de distorções do sistema tributário e aumento da eficiência do mercado financeiro com menor peso das instituições financeiras públicas.
Entre essas cinco iniciativas, a OCDE destaca apenas uma ação de política em curso no Brasil. "O Brasil lançou a segunda fase do Plano de Investimento em Logística com previsão de R$ 70 bilhões em concessões até 2018", cita o texto.
O relatório reconhece que alguns países como Espanha, Itália e Japão têm avançado com as reformas estruturais necessárias para o crescimento sustentável.
Entre os emergentes, a entidade cita apenas China, Índia e México como bons exemplos. O Brasil não é mencionado nessa lista dos países que têm seguido o receituário da entidade.
União
No mesmo documento, a entidade sugere que 20 maiores economias do mundo precisam se unir para adotar medidas amplas no campo monetário, fiscal e estrutural com o objetivo de estimular a fraca demanda. Segundo a pesquisa anual da OCDE, o ritmo de execução das reformas estruturais apresentou a primeira desaceleração entre 2013 e 2014.
"O processo continuou durante 2015, notadamente em economias desenvolvidas, mas também nos emergentes", cita o documento.
"A preocupante desaceleração da economia global chama uma resposta urgente e compreensiva em todas os níveis da política monetária, fiscal e estrutural dos governos. Dada a amplitude e a evolução dos desafios de crescimento e inclusão nas economias avançadas e emergentes, a desaceleração do ritmo das reformas é um problema grave", defendeu em comunicado o secretário-geral da OCDE, Angel Gurría. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.