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OCDE aponta reforma da Previdência como maior desafio do Brasil

Organização previu nesta quarta-feira que a economia do Brasil terá um crescimento de 2,1% do PIB em 2019 e de 2,4% em 2020

OCDE avisou que a tendência de crescimento da economia brasileira pode variar se o país não reformar seu sistema de previdência (Divulgação/Agência Brasil)
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EFE

Publicado em 21 de novembro de 2018 às 11h17.

Última atualização em 21 de novembro de 2018 às 11h26.

Paris - A OCDE previu nesta quarta-feira que a economia do Brasil terá um crescimento de 2,1% do PIB em 2019 e de 2,4% em 2020, mas avisou que essa tendência pode variar se o país não reformar seu sistema de previdência .

No entanto, no relatório de perspectivas apresentado nesta quarta-feira, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) rebaixou com força as projeções de crescimento da maior economia da América Latina com relação aos cálculos formulados há seis meses.

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A organização, que reúne a maioria dos países ricos, revisou para baixo o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018, que passará de 2% a 1,2%, e em 2019, ao diminuir de 2,8% a 2,1%.

Em seu relatório também advogou por estender a mais camadas da população o programa "Bolsa Família", que, segundo os cálculos da OCDE, só representa 0,5% do PIB do Brasil.

"Servirá para promover os incentivos para comparecer à escola e para ir ao médico e, portanto, reduzirá as desigualdades educativas e de saúde", disseram os autores do relatório.

Além disso, os autores apontaram que "a sustentabilidade fiscal continua sendo um risco, especialmente pelas despesas no pagamento de pensões".

Segundo a organização com sede em Paris, "a construção de um consenso político em torno do sistema de pensões será um grande desafio para a administração de Jair Bolsonaro, que tomará posse da presidência em 1 de janeiro".

"Se a incerteza sobre as reformas se desvanecer, o investimento irá se revigorar", acrescentou a OCDE, que constatou a recuperação do PIB, iniciada em 2017 depois da grande recessão de 2015 e 2016, a melhoria do mercado de trabalho e o aumento do consumo interno.

Segundo a organização, a inflação seguirá sob controle, apesar de seu leve aumento até 4,6% e 4,3% em 2019 e 2020, respectivamente, com relação a 2018 (3,8%).

"A inflação e a inflação primária seguem abaixo da meta e as taxas de juros se mantém baixas, contribuindo para a despesa das famílias", afirmou.

O relatório lembrou que a economia do país conseguiu se recuperar relativamente bem da greve de caminhões organizada neste ano.

Além da reforma da previdência, para a qual Bolsonaro deverá encontrar vários aliados para aprová-la no Congresso, a OCDE recomendou não aumentar o salário mínimo profissional, pois este é utilizado como barema para o pagamento das pensões.

"O aumento das pensões beneficiou as classes médias, enquanto as ajudas para os lares mais pobres se estagnaram", expôs.

O organismo advogou para que o Brasil acabe com o subsídio ao diesel, pois "supõem um freio à economia" pública, e recomendou que o país aposte "por uma maior integração na economia global" que melhore "a efetividade" das empresas brasileiras.

Também mostrou preocupação com a crise argentina, que poderia afetar o Brasil por ser um grande parceiro comercial, e pelas tensões entre os Estados Unidos e a China, "os dois maiores parceiros comerciais" do gigante sul-americano.

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