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Obama ordena corte de US$ 85 bi no orçamento

O corte prevê uma redução de 8% no orçamento da Defesa e de 5% em outros setores da administração federal

Barack Obama: "Não vai ser o apocalipse como alguns dizem" (AFP/ Brendan Smialowski)
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Da Redação

Publicado em 2 de março de 2013 às 09h05.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama , determinou na noite desta sexta-feira um corte de 85 bilhões de dólares no orçamento federal, algo que poderá retardar a recuperação da economia americana e afetar o emprego no país.

Após responsabilizar os republicanos pela entrada em vigor dos cortes compulsórios no orçamento, Obama cumpriu com a obrigação legal de reduzir os gastos domésticos e de defesa, diante do fracasso nos esforços para se obter um acordo suprapartidário sobre a redução do déficit fiscal.

O corte de 85 bilhões de dólares sobre o atual exercício fiscal, que se encerra no dia 30 de setembro, prevê uma redução de 8% no orçamento da Defesa e de 5% em outros setores da administração federal, o que provocará a interrupção dos serviços públicos, tendo em conta a necessidade de se adotar licenças sem pagamento para milhares de funcionários.

Mais cedo nesta sexta-feira, Obama descreveu o corte como "estúpido", alegando que provocará desemprego e terá um impacto negativo sobre a economia americana, e acusou seus adversários republicanos pela situação.

"Diante da ausência de uma decisão do presidente (republicano) da Câmara de Representantes, John Boehner, e de outros legisladores para colocar os interesses das famílias de classe média acima dos interesses políticos, os cortes entrarão em vigor", lamentou Obama.

Desde 2011, quando os conservadores assumiram o controle de parte do Legislativo, Obama e seus adversários republicanos discutem uma forma de equilibrar as contas públicas diante da alta vertiginosa da dívida na primeira economia mundial.

"Não sou um ditador, sou um presidente", disse Obama nesta sexta durante entrevista na Casa Branca, minutos após seu primeiro encontro com os líderes do Congresso. "Não posso obrigar o Congresso a tomar boas decisões".

Obama considera que esses cortes "desnecessários" vão fragilizar a economia, prejudicar o emprego e são uma prova de que ambas as partes devem obter um acordo. "Não vai ser o apocalipse como alguns dizem (...) mas vai ter um impacto nas pessoas".


O secretário de Defesa, Chuck Hagel, advertiu que os cortes no orçamento afetarão a capacidade do Pentágono: "que fique claro, esta incerteza ameaça nossa capacidade de cumprir de forma eficaz o conjunto de nossas missões".

"A Marinha deixará, pouco a pouco, seus aviões em terra a partir de abril, a Força Aérea reduzirá suas horas de voo e o Exército reduzirá seu treinamento para as unidades que não estejam mobilizadas no Afeganistão", disse Hagel.

Segundo o subsecretário de Defesa, Ash Carter, os cerca de 800.000 funcionários civis que trabalham para o departamento de Defesa terão uma redução de 20% de seu salário.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) avaliou na quinta-feira que o frágil crescimento dos Estados Unidos poderá ser reduzido em 0,5 ponto devido aos cortes compulsórios no orçamento.

A agência de classificação de risco Standard and Poor's, que tirou o "triplo A" dos Estados Unidos em 2011, estimou que os cortes terão um efeito "limitado" na economia do país, "desde que não se prolonguem pelo tempo".

Esta crise deve se somar muito em breve a outra, ainda mais ameaçadora: o financiamento do Estado federal para os últimos meses do exercício 2013, que deverá ser objeto de um voto no Congresso antes de 27 de março e sem o qual os serviços públicos deverão fechar pura e simplesmente.

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Após responsabilizar os republicanos pela entrada em vigor dos cortes compulsórios no orçamento, Obama cumpriu com a obrigação legal de reduzir os gastos domésticos e de defesa, diante do fracasso nos esforços para se obter um acordo suprapartidário sobre a redução do déficit fiscal.

O corte de 85 bilhões de dólares sobre o atual exercício fiscal, que se encerra no dia 30 de setembro, prevê uma redução de 8% no orçamento da Defesa e de 5% em outros setores da administração federal, o que provocará a interrupção dos serviços públicos, tendo em conta a necessidade de se adotar licenças sem pagamento para milhares de funcionários.

Mais cedo nesta sexta-feira, Obama descreveu o corte como "estúpido", alegando que provocará desemprego e terá um impacto negativo sobre a economia americana, e acusou seus adversários republicanos pela situação.

"Diante da ausência de uma decisão do presidente (republicano) da Câmara de Representantes, John Boehner, e de outros legisladores para colocar os interesses das famílias de classe média acima dos interesses políticos, os cortes entrarão em vigor", lamentou Obama.

Desde 2011, quando os conservadores assumiram o controle de parte do Legislativo, Obama e seus adversários republicanos discutem uma forma de equilibrar as contas públicas diante da alta vertiginosa da dívida na primeira economia mundial.

"Não sou um ditador, sou um presidente", disse Obama nesta sexta durante entrevista na Casa Branca, minutos após seu primeiro encontro com os líderes do Congresso. "Não posso obrigar o Congresso a tomar boas decisões".

Obama considera que esses cortes "desnecessários" vão fragilizar a economia, prejudicar o emprego e são uma prova de que ambas as partes devem obter um acordo. "Não vai ser o apocalipse como alguns dizem (...) mas vai ter um impacto nas pessoas".


O secretário de Defesa, Chuck Hagel, advertiu que os cortes no orçamento afetarão a capacidade do Pentágono: "que fique claro, esta incerteza ameaça nossa capacidade de cumprir de forma eficaz o conjunto de nossas missões".

"A Marinha deixará, pouco a pouco, seus aviões em terra a partir de abril, a Força Aérea reduzirá suas horas de voo e o Exército reduzirá seu treinamento para as unidades que não estejam mobilizadas no Afeganistão", disse Hagel.

Segundo o subsecretário de Defesa, Ash Carter, os cerca de 800.000 funcionários civis que trabalham para o departamento de Defesa terão uma redução de 20% de seu salário.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) avaliou na quinta-feira que o frágil crescimento dos Estados Unidos poderá ser reduzido em 0,5 ponto devido aos cortes compulsórios no orçamento.

A agência de classificação de risco Standard and Poor's, que tirou o "triplo A" dos Estados Unidos em 2011, estimou que os cortes terão um efeito "limitado" na economia do país, "desde que não se prolonguem pelo tempo".

Esta crise deve se somar muito em breve a outra, ainda mais ameaçadora: o financiamento do Estado federal para os últimos meses do exercício 2013, que deverá ser objeto de um voto no Congresso antes de 27 de março e sem o qual os serviços públicos deverão fechar pura e simplesmente.

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