TRÁFICO DE COMIDA: Venezuelanos cruzam a fronteira para comprar alimento. Comerciante conta notas de bolívar no Porto Santander, na Colômbia / Carlos Garcia Rawlins/Reuters
Da Redação
Publicado em 9 de junho de 2016 às 15h47.
Última atualização em 22 de junho de 2017 às 18h36.
Na Venezuela, a cotação oficial do dólar não vale de nada. Lá, o dólar comercial tem oferta bem limitada e há um dólar paralelo sendo vendido clandestinamente e é ele que representa a percepção real do mercado. A disparidade dos preços é gigantesca: enquanto o dólar paralelo chegou a 1.115,38 bolívares em abril deste ano, o oficial custava apenas 11 bolívares. A situação afeta toda a economia, uma vez que muitos produtos na Venezuela são importados – com o dólar alto, o preço fica ainda maior para o consumidor final.
Em 2008, o então presidente Hugo Chávez instaurou o “bolívar forte” e a moeda venezuelana foi valorizada artificialmente em 1.000 vezes em relação ao dólar. Agora, sob a gestão de Nicolás Maduro, o país vivencia uma das maiores altas do dólar paralelo desde a reforma monetária. Num contexto de grave crise política e econômica, a inflação na Venezuela foi a mais alta do mundo no ano passado, atingindo 190% (com previsão de quadruplicar neste ano). Os venezuelanos sofrem ainda com escassez de produtos básicos e uma das maiores crises hídricas da história, gerando um sério racionamento de energia.
Abaixo, veja a variação do dólar paralelo desde 2008, ano da reforma cambial de Chávez, e o crescimento da inflação no país nos últimos anos.
http://infogr.am/1051d106-cf05-447c-98e5-f430bc4e293b
(Carol Oliveira)