O BNDES de Maria Silvia
Uma dúvida a menos. Nesta segunda-feira, o governo confirmou a economista Maria Silvia Bastos Marques para a presidência do BNDES, o banco estatal de fomento. Maria Silvia foi presidente da siderúrgica CSN, diretora do próprio BNDES e, agora, é a primeira mulher no primeiro escalão da nova equipe econômica. Na CSN, onde ficou de 1996 […]
Da Redação
Publicado em 17 de maio de 2016 às 06h23.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h58.
Uma dúvida a menos. Nesta segunda-feira, o governo confirmou a economista Maria Silvia Bastos Marques para a presidência do BNDES, o banco estatal de fomento. Maria Silvia foi presidente da siderúrgica CSN, diretora do próprio BNDES e, agora, é a primeira mulher no primeiro escalão da nova equipe econômica. Na CSN, onde ficou de 1996 a 2002, foi uma das grandes responsáveis pela modernização da companhia.
Desta vez sua missão é modernizar um banco que parou no tempo. A estrutura, pelo menos, já mudou. Nesta terça-feira, o BNDES realiza sua primeira reunião do novo governo. Quem comanda não é mais o ministro do Desenvolvimento, como era no governo Dilma Rousseff, mas o novo ministro do Planejamento, Romero Jucá.
A lógica da mudança é usar o BNDES como peça fundamental do ajuste fiscal que será comandado por Jucá e pelo novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. “Para realizar o ajuste fiscal que Meirelles quer fazer, é preciso também racionalizar os subsídios do BNDES”, diz Sérgio Lazzarini, professor do Insper.
Durante os 13 anos de governo do PT, e especialmente com Dilma, o banco turbinou seus investimentos, que passaram de 37 bilhões para 190 bilhões de reais em 2014. De lá pra cá, os desembolsos encolheram: no primeiro trimestre deste ano, o valor foi 48% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado — 18 bilhões de reais.
Agora, sob a gestão de Maria Silvia, o BNDES deve se ater a uma atividade mais próxima de sua designação inicial, com redução nos subsídios e mais foco nas pequenas e médias empresas, e menos estímulo aos “campeões nacionais”. Se as políticas funcionarem e o país voltar a crescer, não vai ter muita gente com saudade das bondades dos últimos anos.