Um atípico país de 14,25%
A reunião do Comitê de Política Monetária que termina nesta quarta-feira deve manter a taxa de Selic em 14,25% e escancarar que o Brasil vive em um contraste com as taxa de juros praticadas ao redor do mundo. Temos a décima quinta taxa mais alta em uma lista de 150 países. Enquanto isso, quase um quarto da economia […]
Da Redação
Publicado em 8 de junho de 2016 às 05h03.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h35.
A reunião do Comitê de Política Monetária que termina nesta quarta-feira deve manter a taxa de Selic em 14,25% e escancarar que o Brasil vive em um contraste com as taxa de juros praticadas ao redor do mundo. Temos a décima quinta taxa mais alta em uma lista de 150 países. Enquanto isso, quase um quarto da economia mundial tem taxas negativas, segundo a agência de notícias Bloomberg.
Dentre as grandes economias, ficamos atrás apenas da Argentina, primeira colocada no ranking com uma taxa de 36,88%. Mas continuaremos à frente de países como Angola, 14%, e Rússia, 11%. Já quando se trata de juros reais, descontando-se a inflação, o Brasil tem a maior taxa do planeta, de 4,55% no ano. A segunda colocada é a Rússia, com 3,45%.
As taxas negativas se tornaram mais convencionais à medida que a inflação se manteve fraca no mundo depois da crise de 2008. O Banco Central Europeu foi o pioneiro, em 2014, e mantém sua taxa de depósito – considerada principal ferramenta de juros – negativa em 0,40%. A Suíça recordista é a Suíca, com taxa de -0,75%. O banco JP Morgan estima que cerca de 6 trilhões de dólares em títulos públicos estejam com juros negativos.
Por aqui, a taxa continua alta para tentar controlar a inflação, que insiste em permanecer acima dos 9% no acumulado dos 12 meses. Analistas acreditam que esforços do governo Temer para conter os gastos públicos podem ajudar no trabalho do novo presidente do Banco Central, o economista Ilan Goldfajn, aprovado ontem pelo Senado.
No restante do mundo, governos se preparam para aumentar seus investimentos e tirar parte do fardo carregado pelos bancos centrais de sustentar a economia. Segundo o banco HSBC, os gastos públicos devem bater um recorde de crescimento este ano desde a crise de 2008. As ordens são diferentes aqui e lá, mas nem por isso os desafios são menores.