Economia

Não há definição sobre transferência do Coaf para BC, diz porta-voz

Otávio Rêgo Barros afirmou que hipóteses levantadas após fala de Bolsonaro são "ilações de momento", que podem ser confirmadas ou não

Bolsonaro: presidente falou sobre possível mudança do Coaf para o Banco Central (Adriano Machado/Reuters)

Bolsonaro: presidente falou sobre possível mudança do Coaf para o Banco Central (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de agosto de 2019 às 19h43.

Última atualização em 13 de agosto de 2019 às 19h58.

Brasília - O porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, afirmou que ainda não há definição sobre a transferência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para o Banco Central, como indicado pelo presidente Jair Bolsonaro.

"Não há definição com relação a isso. Trata-se, obviamente, de ilações de momento, que poderão no futuro ser confirmadas ou não", disse o porta-voz nesta terça-feira, 13.

Na semana passada, Bolsonaro declarou que quer "tirar o Coaf do jogo político". "Pretendemos, estamos conversando, vincular o Coaf ao Banco Central. Tudo onde tem política, mesmo bem intencionado, sofre pressão", disse o presidente na ocasião.

Livre comércio

O presidente Jair Bolsonaro apoia governos que compactuam com a democracia, livre mercado e liberdades individuais e deseja que a esquerda não retorne ao comando de países da América do Sul como ocorre na Venezuela, disse o porta-voz ao comentar declarações do presidente sobre a disputa eleitoral na Argentina.

Rêgo Barros disse que hoje o Brasil e a Argentina, sob o comando do presidente liberal Maurício Macri, são abertos ao mundo e ao comércio e que isso poderia estar ameaçado com uma eventual vitória da oposição nas eleições presidenciais naquele país. As eleições primárias argentinas realizadas no domingo apontaram uma vitória da oposição sobre Macri, apoiado por Bolsonaro.

"O que o presidente Bolsonaro vem expressando, vem vocalizando é um temor que haja um regresso a uma situação semelhante aquele período de 2003 a 2015", disse o porta-voz.

O general admitiu ainda que, numa eventual vitória da oposição na eleição de outubro na Argentina, há uma possibilidade de revisão do acordo de livre comércio firmado entre o Mercosul e a União Europeia.

"Há sempre uma possibilidade de governos que não estejam alinhados com esse pensamento do livre comércio possam regredir aquilo que já foi firmado", disse.

"Não obstante, nós não podemos definir isto como aceitável em face que não temos ainda o resultado. Eleição se decide efetivamente quando deposita o voto na urna", completou.

O porta-voz disse que Bolsonaro declinou de comentar as declarações do candidato de oposição de centro-esquerda Alberto Fernández que criticou na segunda-feira o presidente brasileiro, a quem classificou de "racista, misógino e violento".

Os comentários de Fernández vieram depois de dura declaração de Bolsonaro, em solenidade no Rio Grande do Sul.

"Se essa esquerdalha voltar aqui na Argentina, nós poderemos ter, sim, no Rio Grande do Sul, um novo Estado de Roraima, e não queremos isto, irmãos argentinos fugindo para cá, tendo em vista o que de ruim parece que deve se concretizar por lá caso essas eleições realizadas ontem se confirmem agora no mês de outubro", disse Bolsonaro.

(Com Estadão Conteúdo e Reuters)

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