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Brasil tem saldo comercial recorde em janeiro

Valorização do real continua compensada por fatores como a demanda mundial e o alto preço das commodities

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h01.

A balança comercial encerrou janeiro com saldo de 2,844 bilhões de dólares. Trata-se do maior resultado já obtido em um mês de janeiro, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. No mesmo período de 2005, o superávit foi de 2,187 bilhões o recorde anterior para o mês. Em dezembro, o saldo atingiu 4,345 bilhões. Segundo os economistas, a valorização do câmbio continua compensada pelo aquecimento do comércio mundial e pelo alto preço das commodities, cuja participação na pauta brasileira é expressiva.

"A exportação de produtos básicos continua bastante forte. Já os manufaturados crescem em ritmo menor, pressionados pelo câmbio", diz o economista Vladimir Caramaschi, da Fator Corretora. O ministério detalhará os resultados na tarde desta quarta-feira (1º/2), mas os números acumulados até a quarta semana de janeiro ilustram o peso das commodities na pauta. As exportações de produtos básicos cresceram 49,5%, puxadas pelo aumento das vendas de petróleo bruto, soja em grão, minério de ferro e carne bovina, entre outros. Em contrapartida, os manufaturados avançaram em ritmo bem menor 9,5%, graças sobretudo à exportação de aeronaves, gasolina e automóveis.

As exportações totalizaram 9,271 bilhões de dólares no mês passado, contra 7,444 bilhões no mesmo período de 2005, e 10,896 bilhões em dezembro. Já as importações alcançaram 6,427 bilhões, contra 5,257 bilhões e 6,551 bilhões em janeiro e dezembro de 2005, respectivamente. Na média diária, as exportações ficaram em 421,4 milhões de dólares em janeiro, 19% acima dos 354,5 milhões de janeiro de 2005 e 15% abaixo dos 495,3 milhões de dezembro. A média diária de importações ficou em 292,1 milhões, contra 250,3 milhões no mesmo mês do ano passado e 297,8 milhões em dezembro.

"As perspectivas para a balança comercial continuam positivas neste ano", afirma Sandra Utsumi, economista-chefe do Banco Espírito Santo Securities. No acumulado dos 12 meses encerrados em janeiro, o saldo comercial chega a 45,414 bilhões de dólares, mas é improvável que se mantenha neste patamar ao longo do ano. "Esperamos algo em torno de 41 bilhões de dólares", diz Sandra. Na Fator Corretora, a estimativa é de 37 bilhões de superávit. Já o último relatório de mercado do Banco Central indica 39 bilhões.

Segundo Sandra, não se pode ignorar o efeito do câmbio sobre o desempenho comercial, embora outros fatores o estejam compensando. "Em 2005, o real subiu cerca de 10%, enquanto o ritmo de crescimento das exportações baixou de um patamar mensal de 30% para 20%", diz. A expectativa da economista é que essa freada continue neste ano. Até dezembro, o ritmo de crescimento mensal deve chegar a 5%, nas exportações, e a 12%, nas importações, segundo Sandra.

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