Parcela de indústrias que vai cortar investimento quase triplica
Pesquisa do Ibre-FGV detecta maior pessimismo sobre ambiente de negócios desde início do levantamento em 2002
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h23.
Mais uma pesquisa mostra como vai mal o ânimo dos empresários brasileiros para expandir seus negócios. A parcela de companhias do setor industrial que projetam redução dos investimentos no ano seguinte cresceu de 8% para 22% entre 2004 e 2005. Esse é um dos resultados da quarta edição de pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV), divulgada nesta terça-feira (22/11). Foram entrevistadas 1 015 empresas em 24 estados, responsáveis por um faturamento conjunto de 475 bilhões de reais (dados de 2004).
As indústrias que planejavam, em outubro de 2005, aumentar os investimentos em máquinas e equipamentos no ano seguinte atingem 38% do total, quando, em outubro do ano passado, esse grupo reunia 52%.
Em todos os temas pesquisados pelo Ibre os resultados foram piores do que os apurados em outubro do ano passado. O grupo dos industriais que espera aumento da receita, por exemplo, é de 72%, contra 83% na pesquisa anterior. Na categoria de bens de consumo, a queda foi de 83% em 2005 para 66% agora. Em bens de capital, de 86% para 54%; material de construção, de 80% para 69%; bens intermediários, de 87% para 76%. Já quem espera redução no volume de vendas aumentou de 3% para 9%.
As respostas para o quesito situação dos negócios são as mais pessimistas desde que a pesquisa começou a ser feita, em 2002. Apenas 44% das empresas esperam melhora do ambiente de negócios, ante 67% no ano passado. Os que aguardam piora do ambiente cresceram de 4% para 13%.