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País que Lula deixará ao sucessor é pior do que aquele que recebeu

Para o ex-ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega, o presidente não se preocupou em melhorar as condições para expandir a produção

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h23.

O próximo presidente da República receberá, de Luiz Inácio Lula da Silva, um país pior do que aquele que Lula encontrou quando foi empossado no Palácio do Planalto, em 2003. A avaliação é do ex-ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega, sócio da consultoria Tendências. Segundo Mailson, o atual governo não se preocupou em criar condições para expandir a produção e gerar mais riquezas, embora tenha obtido sucesso no combate à inflação.

"Lula recebeu uma boa herança, ainda que insista em dizer o contrário, por razões compreensíveis. Deve, entretanto, deixar uma herança menos favorável ao seu sucessor, que pode ser ele mesmo [no caso de ser reeleito]", diz Mailson, em análise divulgada nesta terça-feira (8/11).

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O ex-ministro reconhece que Lula surpreendeu de modo positivo os investidores, ao evitar a adoção das políticas radicais defendidas por seus companheiros do PT. Ao delegar a área econômica ao ministro da Fazenda Antonio Palocci, Lula mostrou que políticas heterodoxas poderiam acabar com os esforços anteriores para estabilizar o país. Como apoio, deu liberdade a Palocci para escolher uma equipe competente que não fosse, necessariamente, ligada aos petistas. Além disso, cercou o ministro de nomes responsáveis nas pastas do Planejamento, Desenvolvimento e Agricultura.

Para explicar a situação de Lula, Mailson recorreu ao estilo metafórico do presidente e comparou ao gerente de um pomar. "O problema é que Lula não ampliou a capacidade de produção do pomar. Infelizmente, sem plantar novas árvores, o presidente vai privar seus sucessores de colher frutos em maior quantidade. Há mesmo o risco de a produção estagnar nos próximos anos", afirma o ex-ministro.

Algumas das áreas em que o presidente falhou são a educação, a reforma da Previdência tolhida pelo Congresso a reforma tributária e trabalhista, e a autonomia do Banco Central. Além disso, as Parcerias Público-Privadas federais, uma das esperanças do governo para atrair investimentos para a infra-estrutura, estão patinando. "Se não for reeleito, [o presidente] dará margem a que seu sucessor o acuse de deixar uma herança maldita, desta vez para valer", afirma Mailson.

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