EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h53.
O combate à corrupção no Brasil segue a tradição de mero tópico de discurso. Segundo o Índice de Percepções de Corrupção divulgado nesta terça-feria (18/10), em Londres, pela organização Transparency International, o grau de corrupção atribuído às relações entre o Estado e a sociedade no Brasil não se alterou em relação aos sete anos anteriores. A posição do país no ranking 2005 é a 62ª.
A nota do país foi de 3,7 (3,9 no ano passado), onde zero indica maior percepção de corrupção. O Brasil é melhor avaliado do que China (nota 3,2), Índia (2,9) e Rússia (2,4). O Chile é o país da América do Sul considerado menos corrupto, com nota 7,3 (21ª posição). A Islândia é a campeã, seguida Finlândia, Nova Zelândia, Dinamarca e Cingapura.
A ONG Transparência Brasil explica que, para que se possa determinar a evolução do país no ranking, não é suficiente comparar a lista do ano passado, com 146 países, com a deste ano, com 159. É preciso primeiro eliminar do ranking 2005 os países que não apareciam no ano passado. Com bases de comparação adequadas, o Brasil cai da 59º para a 61º posição. Levando-se em consideração a margem de erro, o Brasil não piorou nem melhorou, explica a ONG.
"Países cuja classificação permanece inalterada são países que não são vistos pelos formadores de opinião internacionais como tendo empreendido medidas eficazes para reduzir as fraudes. É o caso do Brasil", afirma a Transparência Brasil. "A imobilidade do Brasil no ranking é reflexo da ausência de medidas decisivas de ataque às causas da corrupção. Esse estado de inércia tem persistido há vários anos e -- como se constata no caso do mensalão -- provoca a ocorrência de novos casos."