Economia

Mulheres avançam nos centros de decisão da economia global

2020 presenciou um maior avanço das mulheres, que entraram no domínio até então exclusivamente masculino, .

Janet Yellen: a economista está prestes a se tornar a primeira mulher a assumir o Tesouro dos Estados Unidos (Joshua Roberts/Reuters)

Janet Yellen: a economista está prestes a se tornar a primeira mulher a assumir o Tesouro dos Estados Unidos (Joshua Roberts/Reuters)

FS

Fabiane Stefano

Publicado em 9 de dezembro de 2020 às 12h15.

Última atualização em 9 de dezembro de 2020 às 15h10.

Na lenta marcha rumo à igualdade sobre quem detém o poder econômico global, 2020 presenciou um maior avanço das mulheres, que entraram no domínio até então exclusivamente masculino.

A reunião com ministros das Finanças do G-20 no começo do ano contou com apenas quatro mulheres do alto escalão. Mas esse número deve aumentar em 2021 com Janet Yellen prestes a se tornar a primeira mulher a assumir a secretaria do Tesouro dos Estados Unidos, e com Chrystia Freeland, a primeira mulher no comando do Ministério das Finanças do Canadá.

No âmbito internacional, também houve progresso no fim de uma história de liderança exclusivamente masculina. Odile Renaud-Basso, da França, assumiu a presidência do Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento, e a Organização Mundial do Comércio pode ter a primeira mulher na liderança com a lista de candidatos agora com duas finalistas.

A liderança econômica que afeta a maior parte da humanidade ainda está nas mãos dos homens, um desequilíbrio ainda mais pungente durante a crise global sem precedentes que deixa as mulheres em situação ainda pior.

Também houve marcos atingidos em 2019, com as nomeações de Christine Lagarde como presidente do Banco Central Europeu e de Nirmala Sitharaman como ministra das Finanças da Índia. Mas, dentro do G-20, Rússia, África do Sul, Argentina e EUA são os únicos outros exemplos em que mulheres já lideraram bancos centrais, e menos da metade dos países membros teve uma ministra das Finanças. E, apesar de todo o avanço, este ano teve mais oportunidades perdidas.

Dentro do Grupo dos Sete, a indicação de Rishi Sunak em fevereiro estendeu o domínio de oito séculos dos homens no comando do Ministério das Finanças do Reino Unido. E o ministro das Finanças do Japão sobreviveu à mudança na liderança do governo, assim como seu homólogo na França, onde Lagarde já ocupou o cargo. Na Europa, o irlandês Paschal Donohoe derrotou a espanhola Nadia Calvino na tentativa de liderar o grupo de ministros das Finanças da zona do euro.

Mas o próximo ano traz a esperança de mais mudanças quando Yellen assumir o cargo, o comando da OMC for definido e com três mulheres prestes a competir pela liderança da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.

A Colômbia pode ter sua primeira mulher como presidente do banco central, e a vice-presidência da autoridade monetária do Canadá também pode ser assumida por uma mulher. Nos EUA, a governadora do Federal Reserve, Lael Brainard, poderia seguir os passos de Yellen e se tornar a segunda mulher a presidir o Fed quando o mandato de Jerome Powell expirar no início de 2022.

Acompanhe tudo sobre:Janet Yellen

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor