Economia

Mourão diz que governo tem que lançar "pontes" e conversar com Maia

Publicação feita por Carlos Bolsonaro em sua conta no Instagram de que Rodrigo Maia andava "nervoso" incomodou o presidente da Câmara

Mourão: presidente em exercício afirmou que "rede social não tem a ver com a opinião do Executivo" (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Mourão: presidente em exercício afirmou que "rede social não tem a ver com a opinião do Executivo" (Antonio Cruz/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de março de 2019 às 16h51.

Última atualização em 22 de março de 2019 às 16h53.

Brasília - Após novo mal-estar entre Planalto e o Congresso, o presidente da República em Exercício, Hamilton Mourão, falou que compete ao governo lançar "pontes" e conversar com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O comentário foi feito em entrevista à Rádio Gaúcha, após Mourão ter sido confrontado com a informação de que Maia teria ficado irritado com publicação feita por um dos filhos do presidente da República, vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ). Mourão ressaltou que "rede social não tem a ver com a opinião do Executivo".

"Eu vi a respeito disso (publicação de Carlos) agora cedo, mas não vi o teor completo da mensagem. Mas, se por acaso o presidente Rodrigo ficou incomodado com isso, compete a nós do governo lançarmos as pontes e conversarmos com ele. Lembrar que rede social não tem nada a ver com a opinião que todos nós, do Executivo, temos sobre ele como presidente de uma das casas do Legislativo. Eu considero, particularmente, um apoiador incondicional das principais ideias que nós temos, e conto, assim como todos nós do governo, com o apoio dele", disse o presidente em exercício.

Na quinta-feira, Carlos publicou em sua conta no Instagram que Rodrigo Maia andava "nervoso", em virtude da declaração de Maia de que o ministro da Justiça, Sergio Moro, "conhece pouco de política" e que não é mais que um "funcionário do presidente Bolsonaro". Nesta sexta, Maia disse ao site BR18 que cabe ao governo conseguir os votos necessários para a aprovação da reforma da Previdência e que ele possui um papel "institucional".

Ao ser questionado se as falas dos filhos do presidente em redes sociais dificulta a vida do governo, Mourão afirmou que é uma "adaptação". "Eu não dou bola para rede social. Porque se for dar bola para rede social a gente não faz outra coisa. Temos de ter foco e nos concentrar em nosso trabalho. Buscar ter a resiliência necessária para implementar as reformas que o país precisa e olhar menos para essa questão de rede social."

Sobre a atuação do governo em redes sociais, Mourão disse que entre os membros do "primeiro escalão" todos buscam manter uma posição "bem equilibrada" a respeito da reforma da Previdência. "Junto com o ministro Paulo Guedes, eu e ele, temos mantido esse foco (reforma da Previdência) em todos os lugares em que estamos falando sobre isso. Consideramos que é preciso ter a perseverança necessária e a paciência para levar esse assunto e convencer o conjunto, não só da população, como do parlamento, da necessidade dessa reforma. Agora é óbvio que, de vez em quando, ocorrem esses ruídos que causam algum estranhamento."

Na quinta, Mourão disse que a preocupação é "total" com a base de apoio à reforma da Previdência do governo Jair Bolsonaro no Congresso. Ele foi questionado sobre levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo, que mostra que há 180 deputados dispostos a aprovar a proposta, desde que sejam feitas mudanças no texto final. Desse total, apenas 61 votariam a favor da proposta sem sugerir alterações. "A preocupação é total e nós vamos ter que trabalhar no Congresso. É conquista de corações e mentes", afirmou na ocasião.

Acompanhe tudo sobre:Governo BolsonaroHamilton MourãoRedes sociaisReforma da PrevidênciaRodrigo Maia

Mais de Economia

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE

China e Brasil: Destaques da cooperação econômica que transformam mercados