Moody's eleva nota da Argentina para B2, com perspectiva estável
Aumento na nota de crédito ocorreu pelo histórico de reformas macroeconômicas no país
EFE
Publicado em 30 de novembro de 2017 às 06h50.
Buenos Aires - A agência de classificação de risco Moody's subiu nesta quarta-feira a nota da Argentina em um grau, para B2, com perspectivas estáveis, ao avaliar as reformas realizadas pelo governo e considerar que provavelmente continuarão.
Em um comunicado, a agência americana explicou que revisou para cima a qualificação da dívida argentina - apesar de permanecer dentro do chamado "vínculo indesejável" - pelo "histórico de reformas macroeconômicas que estão começando a lidar com distorções de longa data da economia" do país.
Além disso, indicou que o segundo fator para a melhoria é "a probabilidade das reformas continuarem" e que, por sua vez, "sustentará o retorno recente ao caminho do crescimento econômico".
No entanto, a Moody's ressaltou como os principais problemas da Argentina o déficit fiscal "ainda elevado" e a dependência de fontes de financiamento externo, o que aumenta sua vulnerabilidade a eventos de risco externo, afirmou a agência.
Além desta avaliação da dívida a longo prazo, a agência também apreciou um menor risco para bônus e depósitos em pesos argentinos.
Entre os aspectos promovidos pelo governo de Mauricio Macri, desde o final do ano de 2015, o que foi elogiado pela Moody's estão a liberalização do câmbio, uma conta de capital aberto, um banco central "independente" com metas de inflação plurianuais e estatísticas públicas "mais confiáveis".
A combinação dessas reformas aumentou as perspectivas de crescimento econômico, diz o texto enviado pela agência de notação de crédito, elogiando que o Executivo "também visa" reduzir o déficit fiscal em 2018 e 2019.
Como argumento para prever a manutenção dessas políticas, a Moody's disse que as eleições legislativas do mês passado, em que o partido no poder foi imposto, "fortaleceram a posição política do governo".
Em relação com o futuro, uma eventual melhoria do grau dependerá da "continuação e aprofundamento da direção política positiva" de Macri, dentre as quais a agência apontou como um fator "particularmente importante" para a redução "contínuo e sustentável" do déficit fiscal e da inflação.
Por outro lado, se o déficit fiscal não reverte sua tendência ascendente, ou se houver um aumento nas vulnerabilidades externas, "incluindo uma queda drástica das reservas internacionais oficiais", a Moody's advertiu que a revisão seria baixa.
Por último, a agência americana prevê que a economia argentina cresça 3% este ano e 3,5% no próximo, o que atribui, como fatores principais, o aumento da confiança empresarial e dos consumidores e as maiores taxas de investimento. EFE