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Ministro da Grécia compara país com Alemanha pré-nazista

Em meio a turnê para discutir novos termos de resgate, Yanus Varoufakis faz uma série de referências históricas em conferência de imprensa com colega alemão

O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schaeuble e o ministro grego Yanis Varoufakis (Reuters)

João Pedro Caleiro

Publicado em 5 de fevereiro de 2015 às 12h10.

São Paulo - Yanus Varoufakis, ministro de Finanças da Grécia , está em uma turnê europeia para negociar novos termos de resgate para seu país.

Hoje, foi a vez de uma parada na Alemanha - e em uma conferência de imprensa o ministro deu declarações fortes, como é de seu feitio.

Ao lado do ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schaueble, Varoufakis disse que "quando for para casa hoje, voltarei para um país onde o terceiro maior partido não é neo-nazista - é nazista".

E completou: "os alemães podem se orgulhar da nossa luta contra os nazistas, e agora precisamos da ajuda da Alemanha". Os trechos da coletiva foram colocados no Twitter pela Open Europe, um think tank independente europeu.

Varoufakis também fez outra referência ao passado da Alemanha dizendo que o país deve entender melhor do que ninguém "o que é estar preso em uma deflação aterradora e uma crise da dívida". É uma referência à situação dos alemães nos anos 30.

O ministro grego também prometeu "superar a palavra com d" (default: calote, em inglês) e disse que o erro da Europa em 2010 foi "tratar um problema de insolvência como se fosse de liquidez."

Perguntado sobre as condições do programa de resgate que a Grécia não pode alcançar, disse que "poderia falar para sempre" e que "nosso problema foi receber dinheiro demais, não de menos".

E pediu para a Europa : "mesmo que não gostem de nós, trabalhem conosco para abrir um novo capítulo na história do continente".

O Syriza chegou ao poder na Grécia no final de janeiro com a promessa de rejeição da austeridade fiscal e renegociação dos termos de resgate com a troica - Banco Central Europeu (BCE), Fundo Monetário Internacional (FMI) e Comissão Europeia.

Na conferência de hoje, Schauble disse que orienta seus colegas a "não esquecerem de como tem sido duro para os gregos", mas que "as causas para a crise estão na Grécia, não na Alemanha".

Ele disse que é "bobagem" a ideia de que quer uma "Europa da Alemanha" e deu um afago a Varoufakis, o classificando como "melhor economista do que eu".

O ministro alemão se ofereceu para ajudar a reformar o sistema tributário da Grécia, demonstrou ceticismo com algumas promessas de campanha do Syriza e notou que "soluções mútuas não foram encontradas hoje - e nem precisavam ser encontradas hoje".

O BCE decidiu parar de aceitar bônus da Grécia como garantia para o acesso dos bancos gregos a financiamento, o que gerou reação forte nos mercados.

Um ex-economista do FMI disse para EXAME.com que a atitude do BCE com a Grécia é uma "roleta russa" que marca uma "virada de 180 graus" na atuação desde a crise.

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São Paulo - Yanus Varoufakis, ministro de Finanças da Grécia , está em uma turnê europeia para negociar novos termos de resgate para seu país.

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Ao lado do ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schaueble, Varoufakis disse que "quando for para casa hoje, voltarei para um país onde o terceiro maior partido não é neo-nazista - é nazista".

E completou: "os alemães podem se orgulhar da nossa luta contra os nazistas, e agora precisamos da ajuda da Alemanha". Os trechos da coletiva foram colocados no Twitter pela Open Europe, um think tank independente europeu.

Varoufakis também fez outra referência ao passado da Alemanha dizendo que o país deve entender melhor do que ninguém "o que é estar preso em uma deflação aterradora e uma crise da dívida". É uma referência à situação dos alemães nos anos 30.

O ministro grego também prometeu "superar a palavra com d" (default: calote, em inglês) e disse que o erro da Europa em 2010 foi "tratar um problema de insolvência como se fosse de liquidez."

Perguntado sobre as condições do programa de resgate que a Grécia não pode alcançar, disse que "poderia falar para sempre" e que "nosso problema foi receber dinheiro demais, não de menos".

E pediu para a Europa : "mesmo que não gostem de nós, trabalhem conosco para abrir um novo capítulo na história do continente".

O Syriza chegou ao poder na Grécia no final de janeiro com a promessa de rejeição da austeridade fiscal e renegociação dos termos de resgate com a troica - Banco Central Europeu (BCE), Fundo Monetário Internacional (FMI) e Comissão Europeia.

Na conferência de hoje, Schauble disse que orienta seus colegas a "não esquecerem de como tem sido duro para os gregos", mas que "as causas para a crise estão na Grécia, não na Alemanha".

Ele disse que é "bobagem" a ideia de que quer uma "Europa da Alemanha" e deu um afago a Varoufakis, o classificando como "melhor economista do que eu".

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O BCE decidiu parar de aceitar bônus da Grécia como garantia para o acesso dos bancos gregos a financiamento, o que gerou reação forte nos mercados.

Um ex-economista do FMI disse para EXAME.com que a atitude do BCE com a Grécia é uma "roleta russa" que marca uma "virada de 180 graus" na atuação desde a crise.

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