Economia

Ministério vê desconfiança do mercado externo desde a Carne Fraca

Ontem (22) os Estados Unidos suspenderam as exportações de carne bovina in natura do Brasil

Carnes: "Paira um clima de insegurança e incerteza sobre o Brasil", diz Novacki (Thinkstock/Thinkstock)

Carnes: "Paira um clima de insegurança e incerteza sobre o Brasil", diz Novacki (Thinkstock/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de junho de 2017 às 18h44.

Brasília - O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Novacki, afirmou nesta sexta-feira, 23, que desde quando ocorreu a Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal em 17 de março, surgiu certa desconfiança do mercado internacional em relação aos produtos cárneos brasileiros.

"Alguns países estabeleceram restrições e outros determinaram inspeção de 100% da carne", afirmou.

Segundo o secretário, durante esse processo, algumas não-conformidades foram detectadas na carne brasileira, primeiramente pela União Europeia.

"Recebemos documento técnico da Comissão Europeia e estamos respondendo. O plano de ação será encaminhado até a próxima quarta-feira para o bloco", disse. Em seguida, na semana passada os EUA também encaminharam ao Brasil documento relatando problemas na carne bovina in natura.

Como resposta imediata, o Ministério da Agricultura determinou a interdição de cinco das 15 plantas autorizadas a exportar carne in natura para os EUA - neste caso, os cinco maiores frigoríficos.

"Mas ontem (quinta-feira) fomos surpreendidos pela decisão dos EUA em suspender as importações de carne de todas as plantas", pontuou.

Novacki afirmou que a equipe técnica do Ministério da Agricultura já está respondendo aos Estados Unidos e ressaltou, em mais de um momento durante a entrevista, que nada do que foi citado no documento dos norte-americanos põe em risco a saúde pública.

"Após a Operação Carne Fraca, paira um clima de insegurança e incerteza sobre o Brasil", reconheceu.

"Mas o nosso sistema de inspeção é robusto e seguro. Esperamos reverter a suspensão o mais rápido possível", disse, acrescentando que a resposta aos EUA deve ser enviada na próxima semana. "Programamos também uma visita técnica àquele país."

De acordo com Novacki, o próprio ministro da Agricultura, Blairo Maggi, expressou disposição de ir aos EUA para esclarecer a questão no âmbito político.

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