Metade dos brasileiros não quer nome no Cadastro Positivo
A pesquisa mostra que o consumidor final ainda tem dúvidas e receios sobre a operacionalização do sistema
Da Redação
Publicado em 19 de junho de 2012 às 21h02.
São Paulo - Metade dos brasileiros não quer ter seu nome incluído no sistema do Cadastro Positivo , sendo que 24% se mostram inflexíveis e 26% abrem a possibilidade de mudar de opinião, informa pesquisa antecipada à Agência Estado pela Boa Vista Serviços, administradora do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC).
O resultado, porém, mostra uma maior aceitação do brasileiro pelo banco de dados de bons pagadores, já que na pesquisa anterior, de agosto último, 30% afirmaram que não aceitavam o cadastro. Já 50% dos consultados têm propensão a autorizar a inclusão de seu nome no sistema, o mesmo porcentual verificado na pesquisa anterior.
A pesquisa mostra que o consumidor final ainda tem dúvidas e receios sobre a operacionalização do Cadastro Positivo, instituído em julho do ano passado pela lei n.º 12.414. O receio pelo sistema é motivado pela falta de informação suficiente sobre o assunto, segundo 68% dos entrevistados. Outros 49% acreditam que o temor é pela violação de privacidade ao permitir a inclusão dos dados pessoais no cadastro e 49% pelo medo de ser discriminado caso atrasem qualquer conta.
O receio em perder a privacidade é mais acentuado na base da pirâmide da classe social. Enquanto 54% dos brasileiros pertencentes à classe A consultados têm esse temor, nas classes D e E esse porcentual sobe para 61%. "Essa situação poderia ser justificada pelo fato de que as classes mais altas estão bancarizadas em sua grande maioria (mais de 95% na classe A) e, por esse motivo, já estão habituadas com a necessidade de divulgar informações comportamentais para concessão de crédito", justifica o documento.
O mesmo comportamento aparece em relação à discriminação por falta de cumprimento ou atraso no pagamento das obrigações. Metade (50%) dos entrevistados da classe A possuem esse receio, ao passo que 64% dos brasileiros das classes D e E temem retaliações. "Sobre o receio das pessoas de ser discriminadas caso atrasem alguma conta, verificamos que essa atitude se concentra no grupo da população não bancarizada, provavelmente porque ainda não tenha conseguido acesso ao crédito formal devido a restrições a seu nome", afirma o relatório.
O presidente da Boa Vista Serviços, Dorival Dourado, defende que o Cadastro Positivo proporciona a inclusão de mais pessoas no acesso ao crédito. "As instituições de crédito terão muito mais condições de avaliar o risco, podendo fazer propostas diferenciadas", diz, em entrevista que acompanha o estudo.
Dourado, porém, tem receio em afirmar que o banco de dados pode diminuir a inadimplência no País. "A discussão da inadimplência é um pouco mais complexa", diz. "Com melhores instrumentos para oferta de crédito, entendendo com mais precisão o consumidor, e tendo ao seu lado esse nível de conscientização e responsabilidade, pode haver uma influência na redução da taxa de inadimplentes."
São Paulo - Metade dos brasileiros não quer ter seu nome incluído no sistema do Cadastro Positivo , sendo que 24% se mostram inflexíveis e 26% abrem a possibilidade de mudar de opinião, informa pesquisa antecipada à Agência Estado pela Boa Vista Serviços, administradora do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC).
O resultado, porém, mostra uma maior aceitação do brasileiro pelo banco de dados de bons pagadores, já que na pesquisa anterior, de agosto último, 30% afirmaram que não aceitavam o cadastro. Já 50% dos consultados têm propensão a autorizar a inclusão de seu nome no sistema, o mesmo porcentual verificado na pesquisa anterior.
A pesquisa mostra que o consumidor final ainda tem dúvidas e receios sobre a operacionalização do Cadastro Positivo, instituído em julho do ano passado pela lei n.º 12.414. O receio pelo sistema é motivado pela falta de informação suficiente sobre o assunto, segundo 68% dos entrevistados. Outros 49% acreditam que o temor é pela violação de privacidade ao permitir a inclusão dos dados pessoais no cadastro e 49% pelo medo de ser discriminado caso atrasem qualquer conta.
O receio em perder a privacidade é mais acentuado na base da pirâmide da classe social. Enquanto 54% dos brasileiros pertencentes à classe A consultados têm esse temor, nas classes D e E esse porcentual sobe para 61%. "Essa situação poderia ser justificada pelo fato de que as classes mais altas estão bancarizadas em sua grande maioria (mais de 95% na classe A) e, por esse motivo, já estão habituadas com a necessidade de divulgar informações comportamentais para concessão de crédito", justifica o documento.
O mesmo comportamento aparece em relação à discriminação por falta de cumprimento ou atraso no pagamento das obrigações. Metade (50%) dos entrevistados da classe A possuem esse receio, ao passo que 64% dos brasileiros das classes D e E temem retaliações. "Sobre o receio das pessoas de ser discriminadas caso atrasem alguma conta, verificamos que essa atitude se concentra no grupo da população não bancarizada, provavelmente porque ainda não tenha conseguido acesso ao crédito formal devido a restrições a seu nome", afirma o relatório.
O presidente da Boa Vista Serviços, Dorival Dourado, defende que o Cadastro Positivo proporciona a inclusão de mais pessoas no acesso ao crédito. "As instituições de crédito terão muito mais condições de avaliar o risco, podendo fazer propostas diferenciadas", diz, em entrevista que acompanha o estudo.
Dourado, porém, tem receio em afirmar que o banco de dados pode diminuir a inadimplência no País. "A discussão da inadimplência é um pouco mais complexa", diz. "Com melhores instrumentos para oferta de crédito, entendendo com mais precisão o consumidor, e tendo ao seu lado esse nível de conscientização e responsabilidade, pode haver uma influência na redução da taxa de inadimplentes."