Mesmo sem concorrência, Governo comemora leilão
Segundo relato de auxiliares, presidente Dilma Rousseff ficou "extremamente feliz" com o resultado do leilão do campo de Libra
Da Redação
Publicado em 21 de outubro de 2013 às 19h06.
Brasília - O leilão dos direitos de exploração na área de Libra --maior reserva de petróleo já descoberta no Brasil-- teve apenas um consórcio concorrente, que foi liderado pela estatal brasileira Petrobras, mas mesmo assim o resultado deixou a presidente Dilma Rousseff "extremamente feliz", segundo relato de um de seus auxiliares diretos.
O governo comemora principalmente a participação de empresas privadas, Shell e Total, no consórcio vencedor, formado ainda pelas estatais chinesas CNPC e CNOOC.
"Temos um consórcio com a participação das maiores empresas do setor no mundo", disse o auxiliar da presidente sob condição de anonimato.
"A exigência principal para o governo era ter no pré-sal empresas que tivessem relação de longo prazo com o país", acrescentou a fonte.
Segundo a fonte, o governo também gostou da atuação da Petrobras no consórcio, com 40 por cento de participação, porque ela pode "comandar as decisões sobre a exploração". Por lei, a Petrobras teria que ter pelo menos 30 por cento de participação.
A área de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, tem volumes estimados de 8 bilhões a 12 bilhões de barris de óleo recuperável, de acordo com a ANP e com base em dados da empresa de certificação DeGolyer & MacNaughton.
Pronunciamento
Dilma fará um pronunciamento em cadeia de rádio e TV às 21h30 nesta segunda-feira para comemorar o resultado do leilão e mostrar as vantagens econômicas para o país com a exploração de petróleo na camada pré-sal. O discurso servirá para contrabalançar o noticiário das manifestações e ações judiciais contra o leilão.
O governo mobilizou mais de mil soldados para cercar o hotel no Rio de Janeiro onde aconteceu o leilão, isolando ruas para impedir manifestantes de interromper um evento.
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, disse por meio de um assessor que "o importante é o caráter internacional do consórcio", minimizando a falta de concorrência.
Caso houvesse mais de um consórcio na disputa, o governo poderia contar com uma oferta de óleo maior, cujo patamar mínimo na disputa foi estabelecido em 41,65 por cento do total do chamado óleo lucro. O consórcio vencedor acabou levando Libra com o lance mínimo.
O líder do PT na Câmara, José Pimentel (CE), disse à Reuters que o leilão mostrou que "o braço forte do Estado prevaleceu, não o braço forte do mercado". "Isso é o oposto do que a oposição fez no passado." A oposição, aliás, não poupou críticas ao modelo de partilha adotado no leilão, apontado como causa para a falta de concorrência.
O presidente do PSDB e provável candidato do partido à Presidência, o senador Aécio Neves (MG), disse que a "má (notícia) é que o atraso na realização do leilão e as contradições do governo vêm minando a confiança de muitos investidores", disse na sua página no Facebook.
O modelo de partilha, aliás, é alvo inclusive entre aliados. O senador Delcídio Amaral (PT-MS) afirmou que a imposição para que a Petrobras seja operadora única na exploração dos campos do pré-sal e o papel da Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) precisam ser revistos para os futuros leilões. O governo, porém, não considera fazer mudanças nas regras agora.
"Isso pode ter causado algum desestímulo a novos consórcios", disse o senador petista à Reuters.
Brasília - O leilão dos direitos de exploração na área de Libra --maior reserva de petróleo já descoberta no Brasil-- teve apenas um consórcio concorrente, que foi liderado pela estatal brasileira Petrobras, mas mesmo assim o resultado deixou a presidente Dilma Rousseff "extremamente feliz", segundo relato de um de seus auxiliares diretos.
O governo comemora principalmente a participação de empresas privadas, Shell e Total, no consórcio vencedor, formado ainda pelas estatais chinesas CNPC e CNOOC.
"Temos um consórcio com a participação das maiores empresas do setor no mundo", disse o auxiliar da presidente sob condição de anonimato.
"A exigência principal para o governo era ter no pré-sal empresas que tivessem relação de longo prazo com o país", acrescentou a fonte.
Segundo a fonte, o governo também gostou da atuação da Petrobras no consórcio, com 40 por cento de participação, porque ela pode "comandar as decisões sobre a exploração". Por lei, a Petrobras teria que ter pelo menos 30 por cento de participação.
A área de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, tem volumes estimados de 8 bilhões a 12 bilhões de barris de óleo recuperável, de acordo com a ANP e com base em dados da empresa de certificação DeGolyer & MacNaughton.
Pronunciamento
Dilma fará um pronunciamento em cadeia de rádio e TV às 21h30 nesta segunda-feira para comemorar o resultado do leilão e mostrar as vantagens econômicas para o país com a exploração de petróleo na camada pré-sal. O discurso servirá para contrabalançar o noticiário das manifestações e ações judiciais contra o leilão.
O governo mobilizou mais de mil soldados para cercar o hotel no Rio de Janeiro onde aconteceu o leilão, isolando ruas para impedir manifestantes de interromper um evento.
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, disse por meio de um assessor que "o importante é o caráter internacional do consórcio", minimizando a falta de concorrência.
Caso houvesse mais de um consórcio na disputa, o governo poderia contar com uma oferta de óleo maior, cujo patamar mínimo na disputa foi estabelecido em 41,65 por cento do total do chamado óleo lucro. O consórcio vencedor acabou levando Libra com o lance mínimo.
O líder do PT na Câmara, José Pimentel (CE), disse à Reuters que o leilão mostrou que "o braço forte do Estado prevaleceu, não o braço forte do mercado". "Isso é o oposto do que a oposição fez no passado." A oposição, aliás, não poupou críticas ao modelo de partilha adotado no leilão, apontado como causa para a falta de concorrência.
O presidente do PSDB e provável candidato do partido à Presidência, o senador Aécio Neves (MG), disse que a "má (notícia) é que o atraso na realização do leilão e as contradições do governo vêm minando a confiança de muitos investidores", disse na sua página no Facebook.
O modelo de partilha, aliás, é alvo inclusive entre aliados. O senador Delcídio Amaral (PT-MS) afirmou que a imposição para que a Petrobras seja operadora única na exploração dos campos do pré-sal e o papel da Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) precisam ser revistos para os futuros leilões. O governo, porém, não considera fazer mudanças nas regras agora.
"Isso pode ter causado algum desestímulo a novos consórcios", disse o senador petista à Reuters.