Economia

Mercado eleva projeção para dólar em junho pela terceira vez

Relatório de Mercado, do BC, mostra que expectativa de instituições financeiras para a cotação da moeda subiu de 2,11 reais para 2,20 reais em quatro semanas

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h36.

Com o prolongamento do nervosismo do mercado, que tem provocado altas na cotação do dólar, analistas e instituições financeiras estão revendo para cima suas projeções para o valor que a moeda americana atingirá no fim de junho. Pela terceira vez consecutiva, a taxa de câmbio prevista pelos entrevistados do Relatório de Mercado do Banco Central (BC) foi elevada, subindo de 2,11 reais na pesquisa divulgada há quatro semanas para 2,20 reais na última semana, encerrada em 2 de junho - uma alta de 4,26%. O valor de 2,20 reais é o mesmo previsto para a moeda no fim de 2006.

A escalada do dólar vinha provocando aumentos também nas projeções da inflação medida pelos Índices Gerais de Preços (IGPs), sensíveis ao câmbio, movimento que, no entanto, se mostrou refreado na última leitura. Apenas o Índice Geral de Preços de Mercado, o IGP-M, que corrige contratos de energia elétrica e aluguéis, foi elevado - pela quarta vez seguida - , passando de uma alta esperada nos preços de 0,29% para 0,30% no acumulado de junho. Já a perspectiva para o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) foi mantida em também 0,30% para este mês.

Para o Índice Geral de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado como referência pelo governo para a meta de inflação, a estimativa para junho caiu de 0,24% na semana anterior para 0,23% na semana passada. No ano, o mercado espera que a inflação fique em 4,31%, percentual também reduzido na comparação com a pesquisa anterior, que apontava alta de 4,32%.

Para 2006, o mercado mostrou também que espera um saldo comercial menor do que na última leitura, reduzindo o superávit de 40,5 bilhões para 40 bilhões de dólares. Até maio, a diferença entre o valor das exportações e o das importações está positivo para o Brasil em 15,464 bilhões de dólares, valor abaixo dos 15,621 bilhões atingidos no mesmo período de 2005. As instituições esperam ainda que o investimento direto estrangeiro some 15,65 bilhões de dólares no ano, frente à previsão anterior de 15,50 bilhões.

O patamar esperado da taxa básica de juros brasileira foi mantido em 14,25% para o fim de 2006, mesmo depois do corte de 0,5 ponto na Selic promovido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em 31 de maio. Para o Produto Interno Bruto (PIB) - soma de todas as riquezas produzidas pelo país -, a expectativa de crescimento em 2006 subiu de 3,59% para 3,60%.

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