“Flutuação suja” tem um elemento de estímulo para os exportadores, segundo a NGO (Reuters)
Da Redação
Publicado em 24 de outubro de 2012 às 15h41.
São Paulo – O Ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu, em entrevista ao jornal Valor Econômico, que o sistema de câmbio brasileiro é de flutuação suja, “como todos”. Para a NGO corretora de câmbio, o ministro apenas declarou o óbvio.
Desde o começo de julho, o valor do dólar não sai da estreita faixa entre 2 reais e 2,10 reais. O Ministério da Fazenda já fez intervenções para a moeda brasileira não se valorizar e anunciou que o governo interviria novamente, “se necessário”.
Para a NGO, a afirmação indica que o preço do dólar continuará “administrado” no Brasil pelo tempo necessário para o país defender-se de possíveis impactos negativos em decorrência das politicas monetárias adotadas pelos países em crise – como a QE3 nos Estados Unidos. “O determinante do preço da moeda americana no nosso mercado de câmbio está centrado no monitoramento realizado a partir do BC em Brasília, a partir de princípios bem definidos”, afirma relatório assinado pelo economista Sidnei Moura Nehme.
A “flutuação suja” tem um elemento de estímulo para os exportadores, segundo o NGO, por propagar que a moeda americana terá preço estável por longo período e, se sofrer alguma alteração, será para cima. A NGO prevê uma alta para a banda entre 2,05 real/dólar a 2,10 real/dólar.
Nehme lembra que o mercado de derivativos foi o epicentro das apreciações especulativas do real frente ao dólar, ocorridas num passado recente, até com certa complacência do governo. Segundo Nehme, o governo usou essa situação para reforçar os mecanismos de contenção das pressões inflacionárias.