Maia vê reformas prioritárias aprovadas até metade de 2020
O chefe da Câmara diz que há um consenso sendo construído sobre reforma tributária do governo, que deve restabelecer tributação sobre dividendos
Ligia Tuon
Publicado em 18 de novembro de 2019 às 12h04.
Última atualização em 18 de novembro de 2019 às 12h08.
O congresso brasileiro provavelmente vai conseguir aprovar as principais reformas propostas pelo governo até julho do próximo ano, quando as campanhas para as eleições municipais devem redefinir asprioridades legislativas.
É o que diz o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia , que tem impulsionado a agenda econômica do presidente Jair Bolsonaro, a começar pela reforma da Previdência no primeiro semestre deste ano. Entre as propostas que Maia considera prioritárias estão a reforma tributária , a mudança na lei sobre saneamento básico que pode liberar bilhões em investimentos em infraestrutura e a autonomia do Banco Central.
“Essas propostas fortalecem o parlamento”, disse Maia, 49 anos, em entrevista na sede da Bloomberg em Nova York. “Temos um congresso reformista”, disse ao explicar os motivos para o otimismo.
Maia diz que há um consenso sendo construído com a equipe econômica de Bolsonaro sobre os termos da polêmica reforma tributária, que provavelmente restabelecerá uma tributação sobre dividendos.
O presidente da Câmara diz que conversa pelo telefone com o ministro da Economia, Paulo Guedes, pelo menos duas vezes por semana e que seu relacionamento com o presidente Bolsonaro está indo muito bem depois de uma série de confrontos no início do ano.
Na semana passada, o presidente, ao lado de Guedes, foi ao Congresso para entregar pessoalmente uma série de projetos de lei que ajudam os órgãos governamentais a cumprirem o teto de gastos e a chamada regra de ouro, que estabelece que os déficits orçamentários não devem exceder o investimento.
O pacote também incluía propostas para reduzir as despesas com folha de pagamento, reestruturando as carreiras dos servidores públicos.
A maioria dessas propostas deve enfrentar pouca oposição entre os congressistas, disse ele. “Não vejo motivos para não serem aprovadas até julho”, disse Maia.