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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h30.
O Ministério das Relações Exteriores será o líder na condução das negociações para a Alca e para a OMC. Depois de mais um dia de divergências, o ministro da Casa Civil, José Dirceu, teve de apagar mais uma vez o incêndio entre os ministérios. Tanto ele, quanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, fecharam posição sobre o tema e passaram a segunda-feira (13/10) dando declarações sobre a posição do Brasil nessas negociações. Apesar de estar à frente da Área de Livre Comércio das Américas, Amorim. Ressalou, entretanto, que seu ministério necessita do apoio de outras pastas, como Agricultura, Indústria e Comércio e Fazenda, que participaram ativamente da rodada de Cancún no México da OMC.
Amorim reiterou que as negociações da Alca envolvem interesses de Estado, interesses de longo prazo e de identidade nacional. Esse aspecto deixou claro que o Itamaraty "está aparelhado para as negociações, atuando sempre em cordenação com os demais ministérios".
Destacou que as negociações em torno da Alca são mais complexas do que as que foram conduzidas na Organização Mundial do Comércio. Amorim disse que são raros os países que têm um grau de desenvolvimento, como o Brasil no continente. "Talvez só a Argentina, fora o México que já é membro do Nafta." Em entrevista à Globonews, o ministro disse que os interesses do Brasil continuam os mesmos: redução das barreiras tarifárias, não-tarifárias, de regras anti-dumping e acesso a mercados protegidos pelos subsídios.
"O verdadeiro debate não é Alca sim, Alca não. O verdadeiro debate é Alca equilibrada ou Alca a qualquer custo, e o que nós queremos é uma Alca equilibrada", afirmou o chanceler. Amorim reconheceu que são naturais resistências, quando se trata de mudanças na condução da política internacional do Brasil. Segundo ele, a questão da Alca vinha caminhando no sentido diferente e o interesse nacional era colocado em segundo plano. "Quando você tenta colocar o interesse nacional em primeiro plano, isso gera resistência, como gerou a criação do G-20, na Organização Mundial do Comércio " disse.
Lula também tentou acabar com o clima de tensão entre membros do governo em torno das negociações sobre o ingresso do Brasil na Alca. Por meio do porta-voz da Presidência da República, André Singer, Lula disse que não existe uma posição pessoal sobre este assunto, seja de ministros ou de funcionários do governo. Acrescentou que a posição do Brasil sobre Alca é de governo e exercida pelos ministros das Relações Exteriores, Celso Amorim, da Fazenda, Antonio Palocci Filho, da Agricultura, Roberto Rodrigues, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Luiz Fernando Furlan. As informações são da Agência Brasil.