Economia

Krugman discute com conselheiro do governo da Índia

Segundo Arvind Subramanian, Estados Unidos podem estar vacilando no compromisso com a globalização e o livre movimento de pessoas e mercadorias


	Paul Krugman: "Eu acho que nós temos problemas maiores do que um apoio incondicional à globalização por parte dos economistas liberais"
 (Jeff Zelevansky/Getty Images)

Paul Krugman: "Eu acho que nós temos problemas maiores do que um apoio incondicional à globalização por parte dos economistas liberais" (Jeff Zelevansky/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de janeiro de 2015 às 15h06.

Nova Délhi - O principal conselheiro econômico do governo da Índia, Arvind Subramanian, disse neste sábado temer que os Estados Unidos estejam vacilando no compromisso com a globalização e o livre movimento de pessoas e mercadorias. A declaração foi dada durante um fórum na capital indiana, do qual também participava o economista norte-americano e vencedor do prêmio Nobel Paul Krugman.

Segundo Subramanian, que passou boa parte da vida nos EUA, há uma mudança de pensamento entre os estudiosos norte-americanos, não apenas entre tradicionais grupos protecionistas, mas também entre economistas "influentes e cosmopolitas", com Krugman.

O conselheiro do governo indiano afirmou que o recente crescimento dos EUA não tem resultado em ganhos globais generalizados, gerando uma desconfiança sobre a abertura comercial, que se reflete nas decisões dos políticos e estudiosos. Subramanian listou algumas dessas pessoas, como o ex-secretário do Tesouro, Larry Summers, Alan Blinder, Joseph Stiglitz e Michael Spence. "E você, Paul?", comentou, voltando-se para Krugman.

O acadêmico norte-americano disse que, se todos esses estudiosos têm algumas reservas sobre a globalização, podem existir bons motivos para isso. Krugman afirmou que seu objetivo ao destacar os efeitos do comércio internacional nas economias domésticas é para que sejam usadas redes de proteção social adequadas.

"Eu acho que nós temos problemas maiores do que um apoio incondicional à globalização por parte dos economistas liberais", afirmou Krugman, citando como exemplo o tema da mudança climática, que divide os políticos norte-americanos e pode ter impactos muito fortes nas economias emergentes. "Nossos adversários comuns, que são pessoas muito ruins para a América e o mundo, são um assunto muito mais importante do que nossa opinião sobre a Parceria Trans-Pacífico", acrescentou. 

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEconomistasGlobalizaçãoÍndiaPaul KrugmanPersonalidades

Mais de Economia

IBC-Br: prévia do PIB sobe 0,80% em setembro, acima do esperado

Após explosões na Praça dos Três Poderes, pacote de corte de gastos só será anunciado depois do G20

Governo avalia mudança na regra de reajuste do salário mínimo em pacote de revisão de gastos

Haddad diz estar pronto para anunciar medidas de corte de gastos e decisão depende de Lula