Krugman critica meta "muito baixa" de inflação do BCE
De acordo com o economista, 2% é uma meta muito baixa e que pode dificultar para os países da zona do euro que estão em depressão fazerem os ajustes necessários
Da Redação
Publicado em 27 de maio de 2014 às 16h48.
São Paulo - Em conferência de dois dias no Banco Central Europeu ( BCE ), o Nobel de Economia Paul Krugman criticou a meta de inflação de boa parte dos bancos centrais, de aproximadamente 2%.
Krugman citou justamente a instituição que persegue a meta com força, o próprio BCE.
De acordo com o economista, 2% é uma meta muito baixa e que pode dificultar para os países da zona do euro que estão em depressão fazerem os ajustes necessários.
O argumento de Krugman é que com as taxas de juros próximas de zero, uma inflação em queda pressiona os juros reais, o que dificulta ajustes como cortes imediatos de salários no setor privado.
Mesmo com o presidente da instituição, Mario Draghi, e o presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, presentes, o Nobel de economia destacou a preocupação de que os elaboradores de política econômica possam se comportar de forma complacente diante do problema que a meta de inflação, na opinião dele muito baixa, gera.
Krugman comparou o cenário atual com o que o Japão enfrentou na década de 1990. "Se você é simplesmente obrigado a fazer alguma coisa", diante de uma deflação no estilo do Japão dos anos 1990, "você vai ficar sentado com uma economia constantemente em depressão porque a inflação é muito baixa", disse o economista no painel de discussão.
Já Bullard defendeu o cumprimento da meta de inflação a 2%, levantando o argumento da credibilidade. O dirigente do Fed de St. Louis também lembrou que os custos de uma inflação crescente costumam ser pagos pelos segmentos mais pobres da sociedade.
Em abril, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) na zona do euro cresceu 0,7% na comparação com o mesmo mês do ano passado, e ainda há dúvidas entre os analistas sobre a capacidade do BCE de atingir a meta de inflação.
O presidente do BCE, Mario Draghi, disse que os formuladores de política estão cientes dos riscos de uma inflação baixa por um período muito prolongado, embora o dirigente tenha ressaltado que não vê ameaças de deflação na zona do euro. As falas de Draghi foram lidas como o sinal mais recente de que uma flexibilização de política monetária está próxima.
A expectativa pode ser traduzida em atos em 5 de junho, quando o conselho do BCE se reúne e anuncia decisão de política monetária. A pressão em torno do encontro já estava alta desde que Draghi sugeriu, em uma coletiva de imprensa, que o conselho da instituição poderia tomar medidas adicionais de estímulo em junho.(Com informações da Dow Jones)
São Paulo - Em conferência de dois dias no Banco Central Europeu ( BCE ), o Nobel de Economia Paul Krugman criticou a meta de inflação de boa parte dos bancos centrais, de aproximadamente 2%.
Krugman citou justamente a instituição que persegue a meta com força, o próprio BCE.
De acordo com o economista, 2% é uma meta muito baixa e que pode dificultar para os países da zona do euro que estão em depressão fazerem os ajustes necessários.
O argumento de Krugman é que com as taxas de juros próximas de zero, uma inflação em queda pressiona os juros reais, o que dificulta ajustes como cortes imediatos de salários no setor privado.
Mesmo com o presidente da instituição, Mario Draghi, e o presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, presentes, o Nobel de economia destacou a preocupação de que os elaboradores de política econômica possam se comportar de forma complacente diante do problema que a meta de inflação, na opinião dele muito baixa, gera.
Krugman comparou o cenário atual com o que o Japão enfrentou na década de 1990. "Se você é simplesmente obrigado a fazer alguma coisa", diante de uma deflação no estilo do Japão dos anos 1990, "você vai ficar sentado com uma economia constantemente em depressão porque a inflação é muito baixa", disse o economista no painel de discussão.
Já Bullard defendeu o cumprimento da meta de inflação a 2%, levantando o argumento da credibilidade. O dirigente do Fed de St. Louis também lembrou que os custos de uma inflação crescente costumam ser pagos pelos segmentos mais pobres da sociedade.
Em abril, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) na zona do euro cresceu 0,7% na comparação com o mesmo mês do ano passado, e ainda há dúvidas entre os analistas sobre a capacidade do BCE de atingir a meta de inflação.
O presidente do BCE, Mario Draghi, disse que os formuladores de política estão cientes dos riscos de uma inflação baixa por um período muito prolongado, embora o dirigente tenha ressaltado que não vê ameaças de deflação na zona do euro. As falas de Draghi foram lidas como o sinal mais recente de que uma flexibilização de política monetária está próxima.
A expectativa pode ser traduzida em atos em 5 de junho, quando o conselho do BCE se reúne e anuncia decisão de política monetária. A pressão em torno do encontro já estava alta desde que Draghi sugeriu, em uma coletiva de imprensa, que o conselho da instituição poderia tomar medidas adicionais de estímulo em junho.(Com informações da Dow Jones)