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Itaú corta previsão para PIB 2020 e passa a ver Selic de 3,75%

Novas previsão do banco para o crescimento brasileiro neste ano são influenciadas pelas projeções de enfraquecimento da economia global

Itaú: o banco agora prevê que o PIB aumentará 1,8% em 2020, ante estimativa anterior de 2,2% (Itaú/Divulgação)
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Reuters

Publicado em 6 de março de 2020 às 17h20.

O Itaú Unibanco reduziu suas projeções para o crescimento da economia brasileira e para a taxa de juros em 2020, citando sinais de arrefecimento da atividade econômica em meio à desaceleração global.

O Itaú agora prevê que o PIB aumentará 1,8% em 2020, ante estimativa anterior de 2,2%.

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"Há sinais de desaceleração maior que o esperado" no primeiro trimestre de 2020, disse o banco em relatório desta sexta-feira. "Além disso, o arrefecimento da economia global deve ter efeitos negativos sobre o crescimento do Brasil", acrescentou.

O IBGE divulgou nesta semana que o PIB brasileiro cresceu 1,1% em 2019, pior resultado em três anos.

Mas o banco manteve a expectativa de expansão do PIB em 3,0% em 2021. "O estímulo monetário adicional deve levar a taxa de juros real para próximo de 0%, o que deve ter impacto positivo sobre o crédito privado e manter o cenário de aceleração da atividade no ano que vem", disse o Itaú.

O menor crescimento econômico em 2019, porém, influenciará o rumo do juro. O banco privado cortou as projeções para a Selic ao fim de 2020 (de 4,25% para 3,75%) e 2021 (de 4,50% para 4,00%). A Selic está atualmente em 4,25% ao ano, mínima recorde.

Para a reunião do Copom neste mês, o Itaú espera redução de 0,25 ponto percentual, enquanto alguns no mercado veem diminuição de 0,50 ponto.

"No contexto atual, acreditamos que cortes de magnitude maior (do que 0,25 ponto) poderiam elevar o risco de aperto das condições financeiras e, assim, atuar de forma contraproducente. Esse risco, no entanto, dependerá de forma importante do ritmo de afrouxamento monetário em economias centrais", afirmou o Itaú.

Mesmo vendo Selic mais baixa, o banco manteve o prognóstico para o IPCA em 3,5%, abaixo do centro da meta perseguida para o Banco Central neste ano (+3,75%), "sem risco significativo de inflação de demanda no horizonte relevante para a política monetária".

O principal risco ao cenário inflacionário é a taxa de câmbio, na visão do Itaú, embora, por enquanto, a queda dos preços das commodities mitigue "parte relevante" do efeito da depreciação cambial. "Mesmo assim, não é prudente considerar que o repasse cambial seguirá limitado independentemente da magnitude da depreciação cambial", disse o banco no relatório.

O dólar sobe 15,6% em 2020 ante o real, batendo sucessivos recordes históricos nominais, o mais recente acima de 4,67 reais. O Itaú, porém, manteve expectativa de que a moeda fechará 2020 e 2021 em 4,15 reais.

Para o banco, o "elevado nível de incerteza" na economia global e o menor apetite por risco devem conter o fluxo de capitais a economias emergentes, deixando a moeda brasileira pressionada.

"No entanto, à medida que o choque resultante da epidemia do coronavírus for se dissipando, a aversão ao risco global deve reduzir e a economia doméstica deve acelerar, abrindo espaço para apreciação do real", disse o Itaú, que calcula que o dólar deveria estar "mais perto de 4,00 reais" considerando o preço de outros ativos brasileiros e moedas emergentes.

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