Economia

Itália deve pressionar a Alemanha, diz Berlusconi

Segundo ex-primeiro-ministro, medidas de austeridade impostas por Berlim estão matando as empresas italianas e colocando a zona do euro em risco


	Silvio Berlusconi: comentários reforçam os desafios do atual primeiro-ministro, cuja frágil coalizão depende do apoio do partido do ex-premiê
 (Giampiero Sposito/Reuters)

Silvio Berlusconi: comentários reforçam os desafios do atual primeiro-ministro, cuja frágil coalizão depende do apoio do partido do ex-premiê (Giampiero Sposito/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 7 de junho de 2013 às 08h16.

Roma - Silvio Berlusconi pediu nesta sexta-feira ao primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, que busque um "teste de força" com a Alemanha, dizendo que as medidas de austeridade impostas por Berlim estão matando as empresas italianas e colocando a zona do euro em risco.

A economia da Itália está em recessão desde meados de 2011, elevando o desemprego e provocando o fechamento de milhares de empresas. A Alemanha, maior economia da Europa, tem resistido aos apelos para afrouxar as restrições orçamentárias nos países do sul europeu.

Os comentários de Berlusconi reforçam os desafios de Letta, cuja frágil coalizão de esquerda-direita depende do apoio do partido de centro-direita Povo da Liberdade, do ex-premiê e magnata da mídia, mas que também deve cumprir compromissos assumidos com os parceiros europeus da Itália.

Em declarações publicadas no jornal político Il Foglio, Berlusconi disse que a Europa precisa de políticas econômicas "decisivamente expansivas" para evitar que a moeda única fique desestabilizada.

"O governo tem que buscar um teste de força sem criar um grande clamor, mas com grande firmeza, com o objetivo de convencer os países da Europa e, particularmente, a Alemanha de Angela Merkel, de que estamos diante de uma escolha difícil", disse o bilionário.

"Ou a nossa voz é ouvida com força e clareza ou o governo vai perder a legitimidade popular garantida pelo apoio de uma grande coalizão", disse.

A Itália, que tem uma dívida pública de mais de 130 por cento do Produto Interno Bruto, apesar das repetidas rodadas de aumentos de impostos e cortes de gastos, sofre com taxa recorde de desemprego e com um índice de desemprego entre os jovens de cerca de 40 por cento.

Letta tem feito apelos por maior ênfase a medidas de estímulo ao crescimento econômico, mas também se comprometeu a manter as metas orçamentárias rígidas da Itália, mantendo o déficit público abaixo dos 3 por cento do PIB.

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