Economia

IPCA sobe mais do que o esperado em abril, mas volta à meta

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,55 % em abril, após alta de 0,47 % em março, informou IBGE


	IPCA: segundo o IBGE, o principal responsável pelo resultado de abril foi o grupo Saúde e cuidados pessoais, que subiu 1,28 % em abril, depois de ter registrado alta de 0,32 % em março
 (Marcos Santos/USP Imagens)

IPCA: segundo o IBGE, o principal responsável pelo resultado de abril foi o grupo Saúde e cuidados pessoais, que subiu 1,28 % em abril, depois de ter registrado alta de 0,32 % em março (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 8 de maio de 2013 às 17h43.

Rio de Janeiro/São Paulo - A inflação ao consumidor brasileiro acelerou em abril e veio acima da expectativa do mercado, impulsionada pela alta dos preços de medicamentos e de alimentos, mas voltou a ficar ligeiramente abaixo do teto da meta do governo.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,55 % em abril, após alta de 0,47 % em março, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira. Em 12 meses, o indicador ficou em 6,49 %, ante 6,59 % de março, abaixo do teto de meta de 6,5 %.

Analistas ouvidos pela Reuters esperavam alta mensal de 0,47 % em abril e de 6,41 % na comparação anual.

Segundo o IBGE, o principal responsável pelo resultado de abril foi o grupo Saúde e cuidados pessoais, que subiu 1,28 % em abril, depois de ter registrado alta de 0,32 % em março.

Sozinho, o grupo respondeu por 0,14 ponto percentual do IPCA todo do mês passado. Segundo o IBGE, isoladamente, os preços dos remédios registraram avanço mensal de 2,99 %, liderando a lista dos principais impactos no IPCA do mês, com 0,10 ponto percentual.

No início de abril, o governo autorizou aumento de até 6,31 % nos preços dos remédios comercializados no país.

O grupo Despesas pessoais também mostrou aceleração na comparação mensal, fechando abril com 0,61 %, ante 0,54 % em março, bem como o grupo Habitação, com alta de 0,62 % no mês passado, ante 0,51 %.

O grupo Alimentação e bebidas, por sua vez, mostrou desaceleração para alta de 0,96 % no mês passado, ante 1,14 % em março, mesmo com a desoneração do governo nos produtos da cesta básica.

"Mesmo desacelerando de um mês para o outro, os alimentos se mantiveram em nível bastante forte e foram responsáveis por quase a metade do índice da inflação do mês (0,24 ponto percentual)", disse a coordenadora de índices de preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos.


Entre os possíveis motivos para a resistência dos preços dos alimentos, Eulina citou, entre outros, dificuldades no escoamento da safra agrícola, problemas com a safra americana. A demanda elevada também pesa.

"Alimentação continua com pressão muito forte. A demora da queda dos preços no atacado de chegar ao varejo sustenta que há pressões de demanda contribuindo para manter os preços acima do que deveriam", avalia o economista da Tendências Sílvio Campos Neto.

A expectativa dos analistas é que esse setor continue a mostrar preços menores no varejo em maio, como reflexo da deflação já vista no atacado.

Dispersão

Embora o índice de dispersão do IPCA tenha desacelerado de 69 % em março para 66 % em abril, ainda é considerado um nível elevado e insuficiente para garantir alívio ao governo em seus esforços para controlar os preços.

A inflação elevada tem tirado o sono do governo porque ocorre justamente num momento de fraca recuperação econômica mas que obrigou o Banco Central a iniciar mais um ciclo de aperto monetário no mês passado, ao elevar a Selic em 0,25 ponto percentual, a 7,50 % ao ano.

"A inflação de modo geral ainda apresenta muita preocupação, o que deve contribuir para o BC manter a trajetória de alta nos juros. Mas de forma cautelosa, porque o nível da atividade tem se recuperado, mas não de forma linear", disse o economista da Austin Rating Felipe Queiroz.

Agentes econômicos consultados na pesquisa Focus do BC acreditam que a Selic vá até 8,25 % neste ano, ao mesmo tempo que veem o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 3 %.

"No curto prazo, a inflação vai afetar a demanda principalmente dos consumidores de menor renda, o que afeta o volume de vendas. Portanto, no médio e longo prazo isso acaba tendo efeito negativo de diminuição do crescimento econômico", completou Queiroz.

Essa situação já impactou as vendas no varejo em fevereiro, quando houve queda de 0,4 % ante o mês anterior.

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