Economia

IPCA em 12 meses pode se afastar mais da meta, diz IBGE

Isso deve acontecer caso a taxa venha acima de 0,03%, resultado registrado em julho do ano passado


	Comércio: a alimentação fora do domicílio acumulou aumento de 10,10%
 (Dado Galdieri / Bloomberg)

Comércio: a alimentação fora do domicílio acumulou aumento de 10,10% (Dado Galdieri / Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2014 às 14h10.

Rio - A inflação acumulada em 12 meses pode se afastar ainda mais do teto da meta do governo em julho, caso a taxa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) venha acima de 0,03%, resultado registrado em julho do ano passado.

"Se a gente olhar a série histórica completa, vamos observar que os meses de junho e julho, em geral, apresentam menores resultados. Especialmente em julho de 2013, quando a taxa do IPCA chegou a atingir quase 0%. No próximo mês, no mês de julho desse ano, vamos trocar esse 0,03% por outro número", lembrou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa do IPCA acumulada em 12 meses vem subindo desde janeiro de 2014. Em junho, rompeu o teto da meta, ao alcançar 6,52%. Para julho, o IBGE já prevê alguns impactos importantes para a inflação do mês, sendo o principal deles o reajuste de energia elétrica em São Paulo.

É esperado um aumento de 18% na tarifa da região, feito pela Eletropaulo, a partir de 4 de julho. "São Paulo é um terço do IPCA", ressaltou Eulina, sobre a importância da região para o cálculo da inflação.

Em julho, é esperado também o impacto de parte do reajuste de 23% na energia elétrica em Porto Alegre, em vigor desde 19 de junho.

"Curitiba também pode ser que tenha. Foi anunciado um reajuste de mais de 30% na energia elétrica, mas suspenderam, e está em discussão. Pode ser que ainda aconteça", alertou a coordenadora do IBGE.

Ainda no território de serviços monitorados, espera-se um reajuste médio de 6% nas tarifas de água e esgoto de uma das companhias que servem Porto Alegre, a partir de 1º de julho. Fortaleza também tem reajuste de água e esgoto, de 7,30%, a partir de 6 de julho.

Há, ainda tem um ajuste residual do aumento de água e esgoto em Salvador, de 7,8%, anunciada em 6 de junho.

É válido lembrar que existem outras pressões vindas dos reajustes de preços esperados para este mês: São Paulo terá aumento de 5,29% no pedágio a partir de 1º de julho.

Já o ônibus interestadual ficará, em média, 5% mais caro em 1º de julho em todas as regiões. Também em todo o País, os correios reajustaram vários serviços, em torno de 6,5% a 7,5%, desde 12 de junho.

A inflação de serviços acelerou de 0,30% em maio para 1,10% em junho. O resultado é quase três vezes a taxa do IPCA do mês, que ficou em 0,40%, informou o IBGE.

Em junho, houve forte pressão dos aumentos das passagens aéreas (21,95%) e dos hotéis (25,33%), por conta da demanda pela Copa do Mundo.

Outros itens que apresentaram aumento considerável e podem ter relação com o mundial de futebol são aluguel de veículos (6,64%) e ingresso para jogo (2,58%).

No acumulado em 12 meses, a inflação de serviços atingiu alta de 9,20%, contra uma taxa de 6,52% registrada pelo IPCA. "É o que a gente já vem observando há algum tempo, os serviços crescendo mais do que a média, fazendo pressão na inflação junto com os alimentos também", avaliou Eulina.

Em 12 meses, a alimentação fora do domicílio acumula um aumento de 10,10%; aluguel residencial, 10,13%; passagem aérea, 15,74%; aluguel de veículo, 7,64%; ingresso para jogo, 17,55%; e hotel, 38,34%.

Acompanhe tudo sobre:ConsumoEstatísticasIndicadores econômicosInflaçãoIPCA

Mais de Economia

Governo sobe previsão de déficit de 2024 para R$ 28,8 bi, com gastos de INSS e BPC acima do previsto

Lula afirma ter interesse em conversar com China sobre projeto Novas Rotas da Seda

Lula diz que ainda vai decidir nome de sucessor de Campos Neto para o BC

Banco Central aprimora regras de segurança do Pix; veja o que muda

Mais na Exame