Economia

Investidor reduz exposição a desenvolvidos e aposta em emergentes, diz IIF

2018 termina com uma série de questões não resolvidas na economia mundial, que têm deixado o mercado financeiro muito volátil

 (NikiLitov/Thinkstock)

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EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de dezembro de 2018 às 18h26.

Última atualização em 23 de dezembro de 2018 às 18h33.

São Paulo - Em meio a renovadas preocupações com a piora da economia mundial, os investidores internacionais começaram um movimento de migração de recursos para os mercados emergentes, destaca o Instituto Internacional de Finanças (IIF), com sede em Washington e formado pelos maiores bancos do mundo.

Indicadores recentes mostram que fundos globais de ações e bônus estão aumentando a alocação nos emergentes, enquanto reduzem a de países desenvolvidos, ressalta relatório divulgado neste fim de semana.

"Com boa parte das más notícias já precificadas para os mercados emergentes este ano, incluindo perspectivas de crescimento mais brandas, a recuperação de novembro nos fluxos de capital sugere algum reequilíbrio em andamento", afirma o IIF. Em novembro, os estrangeiros aportaram US$ 34 bilhões nestes mercados, o melhor mês desde janeiro.

Com 2018 chegando ao final, o IIF destaca que o ano termina com uma série de questões não resolvidas na economia mundial, que têm deixado o mercado financeiro muito volátil: Haverá acordo na saída do Reino Unido da União Europeia? Como se desenvolverá a questão comercial entre China e Estados Unidos? Como vai ficar o crescimento da China? Qual o futuro dos preços do petróleo? A paralisação total do governo americano poderá ser evitada?

"Contra esse pano de fundo instável, os mercados continuam um cabo-de-guerra com os bancos centrais sobre a trajetória apropriada da política monetária", ressalta o IIF.

O relatório cita a recente reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), que frustrou os investidores ao sinalizar duas altas de juros para 2019, quando parte do mercado esperava uma ou nenhuma elevação. Além disso, o Fed e outros BCs estão enxugando a liquidez no mercado, destaca o IIF, o que tem contribuído para o aperto das condições financeiras, que estão no pior nível desde 2015.

O reflexo desse aumento das preocupações dos investidores com a economia mundial e das questões não resolvidas é que o mercado financeiro em Wall Street e na zona do euro passou por forte correção, penalizando sobretudo as ações de bancos, de indústrias manufatureiras, e ainda houve forte retração dos preços do petróleo, observa o IIF.

A expectativa de aumento de lucros nos países desenvolvidos piorou e agora se espera expansão 5% no ano que vem, ante elevação de 11% em 2018. Nos emergentes esta desaceleração deve ser menor, de 6% este ano para 4% em 2019.

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