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Inflação sobe 0,59% em outubro no IPCA após período de deflação

O IPCA, principal índice inflacionário, subiu 0,59% no mês e acumula alta de 6,47% em 12 meses. Número veio acima das expectativas

Inflação: volta nas altas de alimentos e combustíveis impactaram resultado de outubro (Paulo Whitaker/Reuters)
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Carolina Riveira

Publicado em 10 de novembro de 2022 às 09h07.

Última atualização em 10 de novembro de 2022 às 10h34.

A inflação no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo ( IPCA ), principal índice inflacionário brasileiro, fechou o mês de outubro com alta de 0,59%. O resultado foi divulgado nesta quinta-feira, 10, pelo IBGE.

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O índice voltou a subir após três meses de deflação em julho, agosto e setembro (em quedas que haviam sido de -0,68%, -0,36% e -0,29%).

O resultado ficou acima do consenso do mercado, que esperava IPCA mensal de 0,48% para outubro e desaceleração de 7,17% para 6,34% no acumulado em 12 meses.

Impactaram o resultado de outubro sobretudo a volta das altas de preço em frentes como alimentos ( que haviam tido queda em setembro ), além de queda menor dos combustíveis do que nos meses anteriores (leia os detalhes abaixo).

Raone Costa, economista-chefe da Alphatree, aponta que o número veio mais forte do que praticamente todas as projeções acompanhadas. Embora o núcleo de serviços (que vinha pressionando as altas mesmo nos períodos de deflação) tenha ficado mais parecido com os meses anteriores, os destaques em altas, para o economista, foram a surpresa na gasolina, que caiu menos do que o esperado, além de industriais.

Mas a visão é de que, por ora, somente esse resultado não deve ser capaz de alterar o direcionamento do Banco Central de manter a taxa de juros, a Selic, em 13,75% por mais algum tempo, sem novas altas.

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"A grande leitura é que [o resultado de outubro] é uma surpresa para cima de inflação, mas sem grandes impactos para o futuro", diz. "A surpresa foi mais concentrada para cima nos itens mais voláteis."

A mediana da projeção dos analistas no último boletim Focus, divulgado nesta semana, foi de IPCA fechando 2022 em 5,61%. Para que a projeção se mantenha, as altas em novembro e dezembro terão de ser menores do que foi a de outubro.

O que mais subiu de preço no IPCA

Dos nove grupos pesquisas pelo IBGE, oito tiveram alta em outubro. A maior contribuição ao índice foi no grupo "Alimentos e bebidas", que subiu 0,72% no mês e, por sua importância na cesta do IPCA, teve o impacto mais alto, de 0,16 ponto percentual.

Já as maiores variações foram de "Vestuário" (1,22%) e "Saúde e cuidados pessoais" (1,16% e que também teve impacto alto, de 0,15).

O grupo "Transportes", que inclui os combustíveis, voltou a subir e teve alta de 0,58% no mês. Combustíveis ainda tiveram queda no todo (-1,27%), mas o etanol voltou a subir e as passagens aéreas tiveram alta forte, de mais de 27%.

“Além do aumento da passagem aérea, de 27,38%, também foi importante o recuo no preço dos combustíveis, de 1,27%, menos intenso do que no mês anterior, quando a queda foi de 8,50%”, disse em nota o gerente da pesquisa do IPCA, Pedro Kislanov.

Posto de gasolina em Pinheiros, São Paulo (foto de arquivo): combustíveis vinham puxando inflação para baixo nos meses anteriores (Leandro Fonseca/Exame)

Nos últimos meses, o grupo havia sido um dos grandes responsáveis pela deflação, com baixas puxadas por corte de impostos federais e ICMS estadual, além de cenário mais favorável ao preço do petróleo no mercado internacional, o que também barateou os combustíveis no Brasil.

A expectativa é de que alguma pressão nos preços nas bombas persista. Os preços do petróleo no mercado internacional voltaram a subir no último mês, embora a Petrobras ainda não tenha anunciado alta em gasolina e diesel em suas refinarias próprias, que respondem pela maior parte do combustível consumido no Brasil. Apesar da estabilidade nos preços da Petrobras, o preço final dos combustíveis varia no restante da cadeia de distribuição, além de impactado pelo preço de biocombustíveis (como etanol anidro e biodiesel), que fazem parte da mistura.

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