Economia

Indústria têxtil prevê retomada de crescimento só em 2016

Após eliminar 20 mil postos de trabalho e de um resultado negativo, a indústria têxtil deve passar por ajustes em 2015 e só retomar crescimento em 2016


	Empresa têxtil nacional: desempenho da indústria teve queda de 5% no ano passado
 (Germano Lüders/EXAME.com)

Empresa têxtil nacional: desempenho da indústria teve queda de 5% no ano passado (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2015 às 16h54.

São Paulo - Depois de eliminar 20 mil postos de trabalho e de um resultado negativo em seu desempenho, com queda de 5%, no ano passado, a indústria têxtil brasileira deve passar neste ano por um período de ajustes e só retomar o crescimento de fato, a partir de 2016, previu hoje (22), o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Rafael Cervone.

Ele disse que o encarecimento dos custos de produção, com destaque para a energia elétrica e tributação, além da concorrência com os chineses, tem levado os empresários do setor a mudar de estratégias para manter as atividades.

“Só este ano a energia ficou 40% mais cara e o megawatt /hora, que há dez anos custava R$ 60, 00, subiu para R$ 800,00 e isso preocupa muito o setor”.

De acordo com as projeções anunciadas pelo dirigente, as atividades estarão quase que estagnadas, com crescimento de 0,3% e faturamento de US$ 51,5 bilhões incluindo a área de confecção.

Se isso se confirmar, o setor já terá um ganho em relação a 2014, embora Cervone aponte um cenário de dificuldades, em meio a queixas de falta de previsibilidade na economia e do temor de um mercado interno mais desaquecido.

O presidente da Abit informou que abrir mais os negócios no mercado externo surge como uma das estratégias para estimular a produção. Com esse propósito, segundo o líder empresarial, nas próximas semanas uma missão encabeçada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior deve embarcar rumo aos Estados Unidos.

No entanto, segundo o MIDC ainda não tem data definitiva para o encontro com as autoridades americanas.

No caso dos tecidos usados na fabricação de jeans, por exemplo, o Brasil concorre com a Colômbia, que exporta para os americanos com alíquota zero. O executivo defendeu ainda outras frentes de atuação, visando a atrair também os consumidores na União Européia e mesmo no México, que seria uma porta de entrada para os Estados Unidos.

Com metas ainda de investir em inovação e produtividade, as empresas têxteis devem continuar neste ano com saldo negativo na contratação de pessoal. Há uma estimativa de corte de 4 mil vagas.

O saldo da balança comercial projetado indica um déficit de US 6,13 bilhões, com alta de 2,7% nas exportações e de 3,6% na importação.

Para Cervone, o fato de o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, reconhecer que o primeiro trimestre será ruim para a economia brasileira soa como um avanço da credibilidade do governo diante de um clima de incertezas para novos investimentos.

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