Exame Logo

Indústria perde espaço na exportação, aponta estudo

Do 26º lugar entre os países que mais exportam manufaturas, para o 32º em nove anos

Indústria brasileira: do 26º lugar entre os países que mais exportam manufaturas, para o 32º em nove anos (bugphai/ThinkStock)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2015 às 10h35.

São Paulo - O Brasil voltou a perder espaço no mercado internacional de produtos manufaturados. Um levantamento do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) com base em dados da Organização Mundial do Comércio (OMC) colocou o país no 32.º lugar entre as economias que mais exportaram manufaturas em 2014 - duas colocações abaixo do apurado no ano anterior.

Pelo estudo, a parcela do Brasil no comércio internacional de manufaturas foi de apenas 0,61%. A perda de participação da indústria brasileira no comércio internacional tem sido constante ao longo dos últimos anos, segundo o levantamento. Em 2005, o Brasil ocupava a 26.ª posição, e a fatia internacional era de 0,85%.

As manufaturas brasileiras têm sido menos demandadas globalmente por uma conjunção de fatores. Nos últimos anos, o real valorizado em relação ao dólar tirou a competitividade dos produtos brasileiros. O chamando Custo Brasil - que envolve desde uma carga tributária complexa aos problemas de logística do país - também impediu um aumento das exportações da indústria.

"Os fatores que impedem um aumento das exportações já são conhecidos de longa data e continuam o mesmo: uma tributação em cascata, que onera demais o setor produtivo. Há um problema sério de logística com os gargalos de infraestrutura. E, a taxa de câmbio apreciada nos últimos anos, fez com que a estrutura produtiva perdesse ainda mais espaço", diz Rafael Fernandes Cagnin, economista do Iedi. "Hoje, a taxa de câmbio está melhor, mas a reação leva um pouco de tempo", afirma Cagnin.

A perda do mercado internacional fez com que a pauta de exportação brasileira se invertesse nos últimos dez anos.

Em 2005, os manufaturados correspondiam a 53% das vendas do país. No ano passado, a fatia diminuiu para 34%. No caso dos produtos agrícolas, houve um processo contrário. A participação aumentou de 30% para 40% no período analisado.

Economia fechada

O estudo aponta que a economia brasileira também permaneceu bastante fechada para o comércio global quando se leva em conta a exportação total.

No ano passado, o Brasil foi o 25.º maior exportador, três posições abaixo do apurado em 2013. O país foi ultrapassado por Suíça, Malásia e Tailândia, nações com uma economia bem menor do que a brasileira.

No ranking das importações, a economia do Brasil se manteve na 22.ª colocação.

Em 2014, as exportações brasileiras somaram US$ 225 bilhões, uma queda de 7% ante 2013. E as importações foram de US$ 239 bilhões, um recuo de 5% no período.

"O quadro da inserção da estrutura produtiva brasileira no comércio mundial se deteriora sobretudo para as exportações", afirma Cagnin.

Veja também

São Paulo - O Brasil voltou a perder espaço no mercado internacional de produtos manufaturados. Um levantamento do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) com base em dados da Organização Mundial do Comércio (OMC) colocou o país no 32.º lugar entre as economias que mais exportaram manufaturas em 2014 - duas colocações abaixo do apurado no ano anterior.

Pelo estudo, a parcela do Brasil no comércio internacional de manufaturas foi de apenas 0,61%. A perda de participação da indústria brasileira no comércio internacional tem sido constante ao longo dos últimos anos, segundo o levantamento. Em 2005, o Brasil ocupava a 26.ª posição, e a fatia internacional era de 0,85%.

As manufaturas brasileiras têm sido menos demandadas globalmente por uma conjunção de fatores. Nos últimos anos, o real valorizado em relação ao dólar tirou a competitividade dos produtos brasileiros. O chamando Custo Brasil - que envolve desde uma carga tributária complexa aos problemas de logística do país - também impediu um aumento das exportações da indústria.

"Os fatores que impedem um aumento das exportações já são conhecidos de longa data e continuam o mesmo: uma tributação em cascata, que onera demais o setor produtivo. Há um problema sério de logística com os gargalos de infraestrutura. E, a taxa de câmbio apreciada nos últimos anos, fez com que a estrutura produtiva perdesse ainda mais espaço", diz Rafael Fernandes Cagnin, economista do Iedi. "Hoje, a taxa de câmbio está melhor, mas a reação leva um pouco de tempo", afirma Cagnin.

A perda do mercado internacional fez com que a pauta de exportação brasileira se invertesse nos últimos dez anos.

Em 2005, os manufaturados correspondiam a 53% das vendas do país. No ano passado, a fatia diminuiu para 34%. No caso dos produtos agrícolas, houve um processo contrário. A participação aumentou de 30% para 40% no período analisado.

Economia fechada

O estudo aponta que a economia brasileira também permaneceu bastante fechada para o comércio global quando se leva em conta a exportação total.

No ano passado, o Brasil foi o 25.º maior exportador, três posições abaixo do apurado em 2013. O país foi ultrapassado por Suíça, Malásia e Tailândia, nações com uma economia bem menor do que a brasileira.

No ranking das importações, a economia do Brasil se manteve na 22.ª colocação.

Em 2014, as exportações brasileiras somaram US$ 225 bilhões, uma queda de 7% ante 2013. E as importações foram de US$ 239 bilhões, um recuo de 5% no período.

"O quadro da inserção da estrutura produtiva brasileira no comércio mundial se deteriora sobretudo para as exportações", afirma Cagnin.

Acompanhe tudo sobre:Comércio exteriorCrise econômicaExportações

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame