Indústria inicia 2024 com queda de 1,6%, aponta IBGE
Indústrias extrativistas e produtos alimentícios influenciam queda
Agência de notícias
Publicado em 6 de março de 2024 às 10h03.
A indústria brasileira começou o ano com queda de 1,6%, na passagem de dezembro para janeiro. É o que apontam os dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), do IBGE, divulgada nesta quarta-feira.
Com esses resultados, o setor ainda se encontra 0,8% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020).
Recuo na extração de petróleo
Duas das quatro categorias e 6 dos 25 ramos investigados pela pesquisa mostraram recuo na produção. As principais quedas ficaram com indústrias extrativas, com recuo de 6,3%, e produtos alimentícios, com retração de 5%.
Segundo o gerente da pesquisa, André Macedo, a queda na extrativa foi puxada pela menor extração de petróleo e minério de ferro e interrompeu dois meses de alta na produção, quando acumulou expansão de 6,7%.
Já o setor alimentício registrou queda por conta da redução da fabricação de açúcar, "eliminando parte da expansão de 11,3% acumulada no período entre julho e dezembro”, analisa.
Outras contribuições negativas vieram de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-6,4%) e de produtos têxteis (-4,2%).
— Mesmo com o setor industrial marcando uma variação negativa mais intensa desde abril de 2021, quando assinalou perda de 1,9%, verifica-se perfil disseminado de taxas positivas, alcançando 18 dos 25 ramos industriais pesquisados — explica Macedo.
O que esperar da indústria em 2024?
A melhora do emprego, renda e o bom desempenho da indústria extrativa fizeram o setor industrial crescer 1,6% em 2023. Para 2024, a expectativa é de que o desempenho também seja puxado pela indústria extrativa, especialmente pela produção de petróleo e gás.
Já a indústria de transformação deve ser beneficiada pela melhora do ambiente de emprego e renda, além da continuidade do ciclo de queda dos juros.
As obras do PAC também podem reduzir a capacidade ociosa do setor e acelerar os investimentos, que caíram em 2023. Mas o segmento continua com dificuldades estruturais em função da baixa competitividade.
O Índice de Confiança da Indústria (ICI) do FGV Ibre ficou estável em fevereiro, em 97,4 pontos.