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Indústria de máquinas espera 3º ano de queda de vendas

A indústria de máquinas e equipamentos deve encerrar 2015 com queda real de faturamento de 15%, o terceiro ano seguido de recuo

Máquinas realizam a colheita da soja em uma fazenda (Paulo Fridman/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2015 às 17h27.

São Paulo - A indústria de máquinas e equipamentos do Brasil, um dos termômetros do investimento no país, deve encerrar 2015 com queda real de faturamento de 15 por cento, no terceiro ano seguido de recuo, com a desvalorização do real ante o dólar ainda sem produzir efeitos positivos sobre as exportações do setor.

Segundo a associação que representa o setor, Abimaq, a receita líquida da indústria caiu 7,4 por cento de janeiro a agosto sobre o mesmo período do ano passado, a 58,17 bilhões de reais. Desconsiderando efeitos cambiais, a queda foi de 14 por cento.

"O que é preocupante é que 2014 já tinha uma base fraca. Estamos indo para o terceiro ano consecutivo de queda em termos reais, uma queda de cerca de 30 por cento", afirmou o presidente da Abimaq, Carlos Pastoriza, a jornalistas.

O diretor de competivididade da entidade, Mario Bernardini, afirmou que para o próximo ano pode haver uma estabilidade ou ligeira recuperação a partir do segundo semestre, guiada por efeito positivo do câmbio sobre as exportações, já que o mercado interno continuará deprimido.

"Não dá para ter expectativa positiva para o primeiro semestre do ano que vem (...) A crise política e o caráter recessivo do ajuste fiscal vão continuar existindo no ano que vem", disse Bernardini, acrescentando que 70 por cento do faturamento do setor é obtido no mercado interno.

Considerando apenas agosto, o faturamento da indústria de máquinas e equipamentos do Brasil diminuiu 10,7 por cento ante mesmo mês de 2014, a 6,9 bilhões de reais. Já o consumo aparente --produção interna vendida localmente mais importações-- subiu 1,1 por cento sobre agosto do ano passado, para 11,3 bilhões de reais. No ano, o consumo aparente cedeu 3,9 por cento, a 90,37 bilhões de reais. A Abimaq afirmou ainda que o uso da capacidade instalada do setor recuou em agosto para 66,1 por cento, ante 76,2 um ano antes.

O setor teve exportações de 558,3 milhões de dólares em agosto, queda anual de 32 por cento. No acumulado do ano, houve baixa de 20,4 por cento, a 5,17 bilhões de dólares. As importações também caíram em agosto, 19 por cento, a 1,59 bilhão de dólares. No conjunto dos primeiros oito meses de 2015, a queda das importações é de 18,7 por cento, a 13,59 bilhões de dólares.

"A volatilidade do câmbio inibe na prática qualquer esforço de aumento das exportações e da recuperação das margens do mercado interno", disse o presidente da Abimaq.

Pastoriza comentou ainda que o efeito positivo da desvalorização do real só deve ser capturado pela indústria de máquinas no próximo ano e que a maior parte da queda acumulada este ano foi sofrida pelo setor de óleo e gás, seguido por máquinas de construção rodoviária.

Segundo a Abimaq, o setor fechou agosto com queda de 6,4 por cento em 12 meses no número de trabalhadores, ou 330,4 mil postos ocupados. No acumulado do ano até o mês passado, a queda é de 7 por cento.

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Segundo a associação que representa o setor, Abimaq, a receita líquida da indústria caiu 7,4 por cento de janeiro a agosto sobre o mesmo período do ano passado, a 58,17 bilhões de reais. Desconsiderando efeitos cambiais, a queda foi de 14 por cento.

"O que é preocupante é que 2014 já tinha uma base fraca. Estamos indo para o terceiro ano consecutivo de queda em termos reais, uma queda de cerca de 30 por cento", afirmou o presidente da Abimaq, Carlos Pastoriza, a jornalistas.

O diretor de competivididade da entidade, Mario Bernardini, afirmou que para o próximo ano pode haver uma estabilidade ou ligeira recuperação a partir do segundo semestre, guiada por efeito positivo do câmbio sobre as exportações, já que o mercado interno continuará deprimido.

"Não dá para ter expectativa positiva para o primeiro semestre do ano que vem (...) A crise política e o caráter recessivo do ajuste fiscal vão continuar existindo no ano que vem", disse Bernardini, acrescentando que 70 por cento do faturamento do setor é obtido no mercado interno.

Considerando apenas agosto, o faturamento da indústria de máquinas e equipamentos do Brasil diminuiu 10,7 por cento ante mesmo mês de 2014, a 6,9 bilhões de reais. Já o consumo aparente --produção interna vendida localmente mais importações-- subiu 1,1 por cento sobre agosto do ano passado, para 11,3 bilhões de reais. No ano, o consumo aparente cedeu 3,9 por cento, a 90,37 bilhões de reais. A Abimaq afirmou ainda que o uso da capacidade instalada do setor recuou em agosto para 66,1 por cento, ante 76,2 um ano antes.

O setor teve exportações de 558,3 milhões de dólares em agosto, queda anual de 32 por cento. No acumulado do ano, houve baixa de 20,4 por cento, a 5,17 bilhões de dólares. As importações também caíram em agosto, 19 por cento, a 1,59 bilhão de dólares. No conjunto dos primeiros oito meses de 2015, a queda das importações é de 18,7 por cento, a 13,59 bilhões de dólares.

"A volatilidade do câmbio inibe na prática qualquer esforço de aumento das exportações e da recuperação das margens do mercado interno", disse o presidente da Abimaq.

Pastoriza comentou ainda que o efeito positivo da desvalorização do real só deve ser capturado pela indústria de máquinas no próximo ano e que a maior parte da queda acumulada este ano foi sofrida pelo setor de óleo e gás, seguido por máquinas de construção rodoviária.

Segundo a Abimaq, o setor fechou agosto com queda de 6,4 por cento em 12 meses no número de trabalhadores, ou 330,4 mil postos ocupados. No acumulado do ano até o mês passado, a queda é de 7 por cento.

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