Indústria de máquinas e equipamentos cresce 7,7% no ano, diz Abimaq
Setor encerrou outubro com um faturamento de R$ 65,1 bilhões no acumulado do ano
Agência Brasil
Publicado em 27 de novembro de 2018 às 17h21.
Última atualização em 27 de novembro de 2018 às 17h23.
Puxada pelo bom desempenho das exportações, a indústria de máquinas e equipamentos encerrou outubro com um faturamento de R$ 65,1 bilhões no acumulado do ano, o que significa um crescimento de 7,7 por cento sobre os dez primeiros meses de 2017 e uma alta de 14,4 por cento sobre igual mês do ano passado. Na comparação com setembro último, houve expansão de 1,9 por cento.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 27, pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). A entidade destaca que o resultado foi puxado pelas exportações, com elevação de 10,3 por cento com US$ 8,1 bilhões. Só em outubro, foram adicionados US$ 96 milhões ou 29,1 por cento mais do que no mês anterior. Entre os itens mais vendidos ao exterior estão componentes como válvulas e bombas.
De acordo com a Abimaq, em razão da crise econômica da Argentina, os negócios no Mercosul recuaram 11,9 por cento, enquanto para aos Estados Unidos as vendas aumentaram 28,8% e para a Europa 44,6 por cento. No mercado interno, as vendas caíram 0,7 por cento, no acumulado do ano, mas foram 13,2 por cento superiores a outubro de 2017.
Apesar do bom desempenho estar associado ao câmbio favorável e à demanda externa, o presidente da Abimaq, João Carlos Marchesan, está otimista com o resultado e acredita em uma reação do mercado doméstico no próximo ano. "Estamos vivendo um momento de recuperação e temos a perspectiva de que o Brasil volte e a crescer e atinja uma alta entre 2,5% a 3% no Produto Interno Bruto (PIB)", avalia.
Diálogo
O dirigente informou ter saído esperançoso da conversa de mais de duas horas ontem (26) com o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, da equipe do presidente eleito, Jair Bolsonaro . "Ele [Paulo Guedes] manifestou interesse em manter diálogo constante com a indústria, prevendo a volta de um crescimento de 5 por cento ao ano e nós construímos uma ponte para isso", afirmou Marchesan.
Ele também revelou que pretende pedir ao governo federal que conceda uma suplementação de R$ 3 bilhões à linha de financiamento para compra de máquinas agrícolas, pois o montante previsto por meio do Moderfrota teve se encerrar em fevereiro do próximo ano.
Importação
Ainda segundo os dados da Abimaq, em outubro o consumo de máquinas e equipamentos importados aumentou 23,4 por cento sobre setembro último e 23 por cento na comparação a outubro do ano passado e grande maioria foi comprada da China (18,5%) e Estados Unidos que eram os líderes entre os fornecedores com 22 por cento passaram a representar 17 por cento das importações.Na terceira posição está a Alemanha (15,8 por cento). No acumulado do ano, as importações atingiram US$ 12,3 bilhões ou 16,4 por cento acima de 2017.
A base de empregados no setor atingiu em outubro 302,6 mil pessoas com alta de 0,3 por cento entre setembro e outubro e 4,2 por cento superior a outubro do ano passado. Ao longo do ano, foram abertas 13,5 mil vagas.
Indústria eletrônica
Um levantamento divulgado hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) mostrou o crescimento na confiança dos empresários do setor, com um salto no indicador de 53,8 pontos no mês de outubro para 65,2 pontos atuais. De acordo com a Abinee, o indicador atingiu o maior patamar dos últimos oito anos.
Para a Abinee, o resultado positivo demonstra uma clara melhora nos ânimos dos empresários no setor e uma alta confiança para de que o ano terminará de forma positiva, apesar das oscilações ocorridas em 2018, principalmente no primeiro semestre.
O Índice varia de 0 a 100 pontos, sendo que valores acima de 50 pontos indicam confiança do empresário industrial e abaixo de 50 pontos mostram falta de confiança.