Indio da Costa oferecia fundo sem avisar o risco, diz jornal
Ex-presidente do Cruzeiro do Sul orientava funcionários a oferecerem fundos arriscados e sem garantias como se fossem produtos triviais e de baixo risco
Da Redação
Publicado em 12 de novembro de 2012 às 18h26.
São Paulo – O banqueiro Luis Octavio Indio da Costa, ex-dono do Banco Cruzeiro do Sul , orientava pessoalmente sua equipe de gerentes a oferecer aos clientes fundos de investimento de altíssimo risco e sem garantias, como se não tivessem diferenças em relação aos produtos de menor risco da instituição, diz o jornal Folha de S. Paulo deste domingo.
A Folha obteve áudio de uma dessas apresentações, em que Indio da Costa pedia aos funcionários que conseguissem a autorização dos clientes para migrar aplicações em Certificados de Depósitos Bancários ( CDB s) para dois Fundos de Investimento em Participações (FIPs). Os CDBs são aplicações de baixo risco, com garantia de até 70.000 reais pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
Já os FIPs não contam com qualquer garantia, e os dois produtos oferecidos aos clientes do Cruzeiro do Sul hoje estão quebrados. Esses fundos normalmente são voltados a grandes investidores, como fundos de pensão, bancos e seguradoras. Segundo o jornal, os FIPs oferecidos aos clientes do Cruzeiro do Sul aplicavam em títulos de dívidas de uma empresa de participações da família Indio da Costa, que hoje não têm mais valor, e só poderiam sofrer resgates em 2015.
De acordo com o jornal, acataram a recomendação um colégio católico de São Paulo, as freiras que aplicavam o dinheiro do convento, aposentados, pequenos comerciantes e profissionais liberais.
Ainda segundo o jornal, para dar a impressão de que se tratava de um investimento mais simples e de menor risco, o banco promovia um mercado secundário de compra e venda de cotas do fundo, o que conferia liquidez diária ao investimento. Ou seja, quem quisesse resgatar, receberia o dinheiro no dia seguinte ao pedido de resgate.
“No fim do dia, o risco é igual. Não muda uma vírgula. Nada. Quer dizer, não tem a menor diferença”, disse Indio da Costa no áudio obtido pela Folha. O jornal diz ainda que, no áudio, Indio da Costa diz que não era a primeira vez que fazia uma “malandragem” dessa. Segundo a Folha, com a liquidação do banco, os aplicadores do fundo não tiveram direito a entrar na fila de credores para um dia receber algo da massa liquidada.
O advogado Roberto Podval, que defende o ex-presidente do Cruzeiro do Sul, disse à Folha que conhece o áudio e que, nas partes que ouviu, não localizou nenhuma ilegalidade nas orientações e afirmações feitas pelo banqueiro, que também tinha 35 milhões de reais nos fundos e perdeu este dinheiro. Podval disse ainda que quem aderiu a esses fundos assinou um contrato que alertava sobre os riscos do investimento.
O Banco Cruzeiro do Sul foi liquidado em meados de setembro, depois que as negociações para a venda da instituição fracassaram. O banco passou por um período de intervenção do Banco Central, depois que foram detectados indícios de fraudes em suas contas. No dia 22 de outubro, Indio da Costa foi preso pela PF, suspeito de crimes contra o sistema financeiro, contra o mercado de capitais e de lavagem de dinheiro, mas foi solto por liminar na última sexta-feira.
São Paulo – O banqueiro Luis Octavio Indio da Costa, ex-dono do Banco Cruzeiro do Sul , orientava pessoalmente sua equipe de gerentes a oferecer aos clientes fundos de investimento de altíssimo risco e sem garantias, como se não tivessem diferenças em relação aos produtos de menor risco da instituição, diz o jornal Folha de S. Paulo deste domingo.
A Folha obteve áudio de uma dessas apresentações, em que Indio da Costa pedia aos funcionários que conseguissem a autorização dos clientes para migrar aplicações em Certificados de Depósitos Bancários ( CDB s) para dois Fundos de Investimento em Participações (FIPs). Os CDBs são aplicações de baixo risco, com garantia de até 70.000 reais pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
Já os FIPs não contam com qualquer garantia, e os dois produtos oferecidos aos clientes do Cruzeiro do Sul hoje estão quebrados. Esses fundos normalmente são voltados a grandes investidores, como fundos de pensão, bancos e seguradoras. Segundo o jornal, os FIPs oferecidos aos clientes do Cruzeiro do Sul aplicavam em títulos de dívidas de uma empresa de participações da família Indio da Costa, que hoje não têm mais valor, e só poderiam sofrer resgates em 2015.
De acordo com o jornal, acataram a recomendação um colégio católico de São Paulo, as freiras que aplicavam o dinheiro do convento, aposentados, pequenos comerciantes e profissionais liberais.
Ainda segundo o jornal, para dar a impressão de que se tratava de um investimento mais simples e de menor risco, o banco promovia um mercado secundário de compra e venda de cotas do fundo, o que conferia liquidez diária ao investimento. Ou seja, quem quisesse resgatar, receberia o dinheiro no dia seguinte ao pedido de resgate.
“No fim do dia, o risco é igual. Não muda uma vírgula. Nada. Quer dizer, não tem a menor diferença”, disse Indio da Costa no áudio obtido pela Folha. O jornal diz ainda que, no áudio, Indio da Costa diz que não era a primeira vez que fazia uma “malandragem” dessa. Segundo a Folha, com a liquidação do banco, os aplicadores do fundo não tiveram direito a entrar na fila de credores para um dia receber algo da massa liquidada.
O advogado Roberto Podval, que defende o ex-presidente do Cruzeiro do Sul, disse à Folha que conhece o áudio e que, nas partes que ouviu, não localizou nenhuma ilegalidade nas orientações e afirmações feitas pelo banqueiro, que também tinha 35 milhões de reais nos fundos e perdeu este dinheiro. Podval disse ainda que quem aderiu a esses fundos assinou um contrato que alertava sobre os riscos do investimento.
O Banco Cruzeiro do Sul foi liquidado em meados de setembro, depois que as negociações para a venda da instituição fracassaram. O banco passou por um período de intervenção do Banco Central, depois que foram detectados indícios de fraudes em suas contas. No dia 22 de outubro, Indio da Costa foi preso pela PF, suspeito de crimes contra o sistema financeiro, contra o mercado de capitais e de lavagem de dinheiro, mas foi solto por liminar na última sexta-feira.