Dinheiro: em janeiro do ano passado, a variação anual da inadimplência havia sido de 11,8 por cento. No mesmo mês de 2012, ela havia crescido 12,31 por cento (Dado Galdieri/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 6 de fevereiro de 2014 às 11h36.
São Paulo - A inadimplência dos consumidores brasileiros subiu 7,84 por cento em janeiro ante igual mês de 2013, interrompendo a tendência de desaceleração mostrada nos meses anteriores, mas no menor resultado para o período dos últimos três anos.
Os dados foram divulgados nesta quinta-feira pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), com base na quantidade de dívidas em atraso há mais de 90 dias no banco de dados do Serviço de Proteção ao Crédito, o SPC Brasil.
Segundo o presidente da CNDL, Roque Pelizzaro Junior, o mês é historicamente caracterizado pela alta inadimplência. Em janeiro do ano passado, a variação anual da inadimplência havia sido de 11,8 por cento. No mesmo mês de 2012, ela havia crescido 12,31 por cento.
"O consumidor deixa de pagar muitas contas por causa do período de férias e por conta dos vários gastos que teve no final de dezembro", afirmou Pelizzaro Junior, em comunicado.
Em relação a dezembro, houve diminuição de 2,28 por cento na inadimplência entre os consumidores brasileiros, na menor taxa registrada desde fevereiro de 2013.
Para Pelizzaro Junior, a perspectiva para o ano é de "arrocho na oferta de empréstimos" diante da elevação da taxa básica de juros, maior seletividade por parte dos bancos e menor confiança dos comerciantes varejistas.
Com isso, avalia o presidente da CNDL, a inadimplência em 2014 deve continuar estável, mas em níveis historicamente baixos.
Em janeiro, o número de consultas ao banco do SPC para vendas a prazo subiu 5,07 por cento sobre igual mês de 2013, num resultado considerado positivo pela CNDL.
A tendência, no entanto, é de uma desaceleração ao longo do ano em função do cenário macroeconômico, disse Pelizzaro Junior. "Por outro lado, o comércio de alimentos, bebidas, supermercados e produtos eletrônicos deve registrar altas pontuais, em função da Copa do Mundo", acrescentou.
A entidade estima que o setor varejista irá apresentar um crescimento médio de 4 por cento no ano, descontada a inflação.