Economia

Inadimplência do consumidor brasileiro sobe 1,9% em 2012

Em dezembro, o indicador avançou 1,12 por cento na comparação anual


	Apesar de ter pagado dívidas ao longo do ano, o consumidor se endividou novamente no Natal, afirmou o SPC
 (Ian Gavan/Getty Images)

Apesar de ter pagado dívidas ao longo do ano, o consumidor se endividou novamente no Natal, afirmou o SPC (Ian Gavan/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de janeiro de 2013 às 16h09.

Brasília - A inadimplência do consumidor brasileiro fechou 2012 em alta de 1,9 por cento e deve continuar subindo até março, refletindo o aumento do endividamento das famílias no Natal, informaram nesta quarta-feira a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).

O crescimento da inadimplência ocorreu apesar de um número maior de famílias ter quitado dívidas em atraso. Segundo as duas entidades, a quitação de débitos em atraso cresceu 1,08 por cento em dezembro sobre o mesmo mês do ano anterior e 0,43 por cento em 2012 ante 2011.

"Os consumidores quitaram as dívidas, mas se endividaram no Natal. Com falta de planejamento e compras parceladas, a inadimplência deve sofrer um pico de janeiro a março, já esperado", afirmou a economista do SPC Ana Paula Bastos.

Segundo o SPC e a CNDL, em dezembro a inadimplência dos consumidores cresceu 1,12 por cento na comparação com o mesmo mês de 2011, mas caiu 0,91 por cento em relação a novembro.

Ana Paula afirmou que a alta no mês passado deve-se ao crescimento do consumo e descartou preocupação. "O nível de desemprego está menor e os ganhos salariais têm crescido acima da inflação, o que possibilita ao consumidor ter maior controle sobre o orçamento e maior capacidade de quitar os débitos", afirmou.


ATIVIDADE MODERADA

As consultas ao banco de dados do SPC Brasil, que reflete o nível de atividade no varejo, subiram 8,27 por cento em dezembro sobre o mesmo mês do ano anterior e fecharam 2012 com alta de 6,75 por cento em relação a 2011.

A alta em dezembro, segundo o SPC, deve-se ao crescimento das vendas e da injeção de 131 bilhões de reais na economia por conta da segunda parcela do 13o salário.

Apesar do cenário otimista para 2013, a previsão é que as vendas no varejo cresçam num ritmo abaixo da expansão estimada para 2012, segundo a economista do SPC.

A previsão é que as vendas no varejo subam 6,5 por cento este ano, após expansão estimada em 9 por cento em 2012.

"A nossa projeção para este ano está conservadora por estarmos considerando uma base muito alta em 2012", afirmou Ana Paula, explicando que o dado sobre o fechamento do ano passado será divulgado em fevereiro.

Acompanhe tudo sobre:ComércioConsumoInadimplênciaNatalVarejo

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto