Economia

Inadimplência cresce 3,95% em outubro, informa o SPC

Em setembro, a expansão da inadimplência era de 3,84% na comparação anual


	Dinheiro: o SPC acredita que esse indicador deve desacelerar até o fim do ano devido ao recebimento das parcelas do 13º salário
 (Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas)

Dinheiro: o SPC acredita que esse indicador deve desacelerar até o fim do ano devido ao recebimento das parcelas do 13º salário (Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas)

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Da Redação

Publicado em 10 de novembro de 2014 às 10h46.

Brasília - A inadimplência voltou a acelerar em outubro. De acordo com dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), divulgados nesta segunda-feira, 10, os calotes no mês passado cresceram 3,95% em relação a outubro de 2013. Em setembro, a expansão da inadimplência era de 3,84% na comparação anual.

Os dados mostram que a quantidade de CPFs negativados aumentou de 54 milhões para 55 milhões no mês passado. De acordo com o SPC, entretanto, o resultado de outubro ainda é a segunda menor expansão da inadimplência em 2014.

Em relação a setembro deste ano, a inadimplência em outubro subiu 1,26%. Para o SPC, o avanço dos calotes, apesar dos incentivos e "feirões" de negociação de dívidas, reflete as dificuldades dos consumidores em quitar seus débitos.

Embora a inadimplência tenha avançado em outubro, o SPC acredita que esse indicador deve desacelerar até o fim do ano devido ao recebimento das parcelas do 13º salário.

O número de dívidas em atraso também aumentou em outubro na comparação com o mesmo mês de 2013, com avanço de 3,93%. Já em relação a setembro deste ano, o indicador ficou praticamente estável, com ligeiro crescimento de 0,06%.

Mas a quantidade de novas pendências, com até 90 dias de atraso, aumentou 13,55% na comparação mensal.

Renegociações

A alta da inadimplência em outubro reverteu a queda registrada em setembro, na avaliação da economista-chefe do SPC, Marcela Kawauti.

"Estamos em um período de renegociações de dívidas e há a entrada de novas parcelas do 13º salário, mas, por outro lado, a dificuldade de pagamento dos débitos continua. A taxa de juros voltou a subir e a confiança dos consumidores é cada vez menor. Então, existem fatores positivos e negativos, mas os negativos estão pesando mais", completou a economista.

Mas, para Marcela, novembro e dezembro devem trazer dados mais positivos para a inadimplência. "Vamos continuar tendo mais inadimplência do que em 2013, mas o ritmo de crescimento deve diminuir. O brasileiro não deve porque quer, mas por descontrole financeiro mesmo. Então o 13º deve ser muito usado para resolver essas pendências", afirmou.

"O ideal seria quitar tudo agora e não se endividar tanto no Natal, porque existem muitos compromissos financeiros no começo do ano", completou.

As dívidas mais antigas, com atrasos superiores a 365 dias, continuam representando a maior parte da inadimplência no País. As dívidas com um a três anos equivalem a 37,70% do total, enquanto os calotes com três a cinco anos respondem por 35,84%.

"As dívidas mais longas ficam mais difíceis de serem pagas e algumas pessoas simplesmente desistem delas", comentou Marcela.

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